segunda-feira, 16 de junho de 2014

INSEGURANÇA. ATÉ QUANDO?



JORNAL DO COMÉRCIO, 16/06/2014


Cíntia G. Ferreira




Ano de 2014, tecnologia cada vez mais avançada, o País recebendo a Copa do Mundo, expectativas em alta, todas as fichas apostadas nesse ano, turismo que significa dinheiro e poder. Mas e a segurança? Aquela que deveríamos ter a qualquer momento de nossa vida? Quantos acidentes e mortes acontecendo não pelo ciclo natural da vida, mas sim por incompetência de muitos que estão no poder. Constante acidente no trânsito seja por falta de sinalização adequada ou pelas obras que estão acontecendo. Pedestres que têm sua vida interrompida ou debilitada por andar em uma cidade onde possui uma estrutura frágil quando o assunto é mobilidade urbana.

Porque devemos aceitar essa política imposta, se fomos nós, na esperança de uma mudança em nosso país, que colocamos essas pessoas no poder?

Não basta andarmos atentos para não sermos mais uma vítima de roubos ou assaltos. A insegurança está se proliferando, não tem dia, horário ou local, está por toda parte. Grandes cidades em que o caos está tomando conta. Vias com trânsito parado, ônibus e metrôs cheios, pessoas que são muitas vezes empurradas, pisoteadas, no desespero por uma tentativa de pegar um meio de transporte para chegar até seu destino. Vivemos em um país em que a população cresce, porém, as cidades, na ânsia de evoluir rapidamente, priorizam o lucro e deixa-nos promessas à população. Fico a me perguntar até quando sairemos de casa na dúvida se voltaremos? E, por mais simples que seja o percurso a ser feito durante o dia, poderemos ser a vítima desse descaso que encontramos na segurança pública.

Gestora pública

quarta-feira, 11 de junho de 2014

DIREÇÃO SIMULADA, PREJUÍZO REAL


ZERO HORA 11 de junho de 2014 | N° 17825


EDITORIAIS


A sensação generalizada, nesse e em outros casos semelhantes, é a de que o Brasil virou o país em que cada um decide o que fazer, de acordo com a sua interpretação de normas, regras e leis. Não são poucas as perguntas a respeito do assunto em questão. Que interesses foram capazes de provocar a obrigatoriedade, se pouco depois o equipamento seria questionado? Que autoridade do setor tomará a iniciativa de explicar, sem subterfúgios, que razões fizeram com que a norma passasse a ser facultativa? Diante de tantas perguntas sem respostas convincentes, é razoável que todos, e não só os possíveis candidatos a uma carteira de motorista, continuem em dúvida sobre a importância de um simulador na formação de motoristas.

Sabe-se, por informação dos CFCs do Estado, que as empresas investiram altas somas na aquisição dos equipamentos. A decisão do Detran gaúcho assegura utilidade a um recurso que não convence por apresentar até mesmo falhas de funcionamento. O Brasil vem convivendo há muito tempo com determinações oficiais, nas mais variadas atividades, que, logo depois de promulgadas, passam a fomentar indecisões. O exemplo do simulador soma-se a outros da área do trânsito, que contribuí-ram apenas para criar confusão, como o famoso kit de primeiros socorros e as nem sempre claras e pouco fiscalizadas normas para motoboys. O simulador mantido no Estado encarece os custos dos cursos de formação, mas este talvez não seja o maior dano da confusão que provoca. O que deve ser esclarecido é se o recurso eletrônico ajuda ou atrapalha quem pretende dirigir. A informação é decisiva para a segurança nas ruas e estradas.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

ESTRADA ENGOLE CARROS E DEIXA MULHER FERIDA

ZERO HORA 06 de junho de 2014 | N° 17820


ADRIANO DUARTE ELIANE DE BRUM | JAQUIRANA

ESTRADAS. EFEITO DA CHUVA. Cratera engole carros e deixa mulher ferida

VÍTIMA SE RECUPERA em hospital de lesões nas pernas, nas costelas e no rosto. Outro motorista escapou ileso. Acesso a Jaquirana e Bom Jesus pela ERS-110 está bloqueado



O desmoronamento de um trecho da ERS-110 abriu uma cratera de cerca de oito metros de profundidade no km 75, perto de Jaquirana e engoliu dois carros de Caxias do Sul. Marisane Souza, 34 anos, estava em um Fiesta e ficou ferida. O motorista de um Celta, Ivan José Boakoski, 31 anos, escapou ileso.

Somente se a chuva parar Jaquirana poderá retomar a normalidade. Desde o meio-dia de ontem, a cidade perdeu a principal ligação com a Serra e a Região das Hortênsias por conta da forte precipitação que começou por volta das 21h de quarta-feira e avançou pela madrugada.

Não é a primeira vez que acontece um desmoronamento no trecho do km 75. Há cerca de três anos, houve um deslizamento que não chegou a interromper o tráfego de veículos.

Ainda atordoada com o acidente, Marisane foi internada no Hospital Municipal Padre Carlos Aumond, em Jaquirana, onde se recupera de ferimentos nas pernas, nas costelas e no rosto (confira entrevista ao lado).

Os estragos forçaram a suspensão temporária das aulas para cerca de 50 crianças e adolescentes que moram no interior do município e a interrupção parcial do transporte da indústria madeireira. A reconstrução da estrada levará meses, informa o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem. A situação pode mudar se a água do Rio Tainhas baixar. Até ontem, a ponte que liga uma estrada secundária com a zona urbana de Jaquirana continuava submersa. O prefeito Ivanor Renato Rauber (PP) calcula que será preciso de dois a três dias para a passagem ser liberada.

Sem a ERS-110, Jaquirana tem ligação direta somente com Bom Jesus. Outro acesso é uma estrada municipal que leva a Cambará do Sul. São 33 quilômetros de chão batido até a ERS-020, onde é possível acessar a Rota do Sol.

De acordo com o prefeito, a estrada está cascalhada e tem boas condições de tráfego, mas não suporta o trânsito de caminhões mais pesados.


ENTREVISTA

“Nasci de novo”


Entrevista com Marisane Souza, sobrevivente de acidente na ERS-110


A cabeleireira e comerciante Marisane Souza, 34 anos, estava em um dos veículos engolidos no desmoronamento. Enquanto aguardava resultados de exames no Hospital Municipal Padre Carlos Aumond, em Jaquirana, contou o que viveu.

A senhora estava indo para onde no momento em que aconteceu o acidente?

Tinha ido a Jaquirana visitar parentes (Marisane é filha do secretário de Agricultura de Jaquirana, Dalci Oliveira) e voltava para Caxias do Sul, onde moro. Estava sozinha no carro, por volta de meio-dia, quando houve o desmoronamento.

Como foi?

Chovia muito. Estava dirigindo, não percebi direito o que estava acontecendo. O que vi foi uma rachadura se abrindo no asfalto em frente ao carro. Depois, aquele pedaço da estrada ainda se ergueu e desabou comigo junto. Quando acordei, estava dentro do carro, todo amassado, cercada de uma montanha de terra. Não conseguia me mexer, mas o rapaz do outro carro conseguiu sair e me tirou.

O socorro demorou a chegar?

Estava toda machucada, e era um barranco muito alto para a gente subir. Esperamos um pouco até que o motorista de uma carreta se aproximou, jogou uma corda e nos puxou para cima. Ele até me emprestou o telefone para avisar minha família. Não vinha nenhum carro pelo lado de Jaquirana. Quem me socorreu foi o meu pai, que veio me buscar e cruzou por meio de um matagal. Olhando depois o barranco, dá para dizer que nasci de novo, com certeza.