segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O DESAFIO DA MOBILIDADE

ZERO HORA 30 de dezembro de 2013 | N° 17659


EDITORIAIS


As dificuldades do trânsito brasileiro são o tema deste sexto editorial da série que enfoca os principais fatos do ano que está terminando.

As manifestações populares de junho e julho colocaram no centro da agenda nacional o debate sobre transporte público e mobilidade urbana. Em boa hora: o país atravessou 2013 quase parando, em decorrência dos engarrafamentos diários nas grandes cidades. Neste ano que está terminando, a indústria automobilística bateu recorde de vendas, especialmente no primeiro semestre. Nos últimos 10 anos, entre setembro de 2003 e o mesmo período deste ano, enquanto a população brasileira cresceu 11%, houve um aumento de 123% na frota do país uma média de 12 mil carros por dia , segundo registros do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Como o país já concentra 85% de seus 200 milhões de habitantes nos grandes centros urbanos, é fácil imaginar onde fomos parar: no meio das ruas e avenidas, sem poder avançar.

Ter um carro deixou de ser sinônimo de autonomia, velocidade e conforto. Virou, em muitos casos, perda de tempo e de qualidade de vida. A saída viável, todos concordam, é a utilização do transporte coletivo e de alternativas como a bicicleta, mas nossas cidades não estão preparadas para tal transição, que exige, acima de tudo, uma mudança de mentalidade. O estímulo à compra e à utilização de veículos ainda é muito mais forte do que os apelos para as pessoas deixarem os carros em casa. Pior: as deficiências do transporte público e a precariedade das estruturas urbanas acabam desestimulando quem busca a solução coletiva.

O carro, como símbolo de sucesso, acabou subvertendo o uso do espaço público. As cidades têm sido pensadas para o automóvel e não para as pessoas que as habitam. Como carro polui, ocupa espaço e representa despesa considerável no orçamento doméstico, tende a perder o encanto, especialmente se os administradores públicos não encontrarem saídas para os problemas do trânsito.

Evidentemente, não é um desafio apenas dos governos, embora lhes caiba investir nas soluções viárias, organizar os espaços públicos e oferecer alternativas compatíveis com as necessidades da população. O desafio da mobilidade também exige atitudes individuais, mudanças de comportamento, menos egoísmo e mais compartilhamento. Trocar o carro pela bicicleta ainda parece absurdo para muitos brasileiros e simples aventura para outros. Mas já é prática comum para parcela expressiva das populações de muitas cidades da Europa e da Ásia.

No ano em que o Brasil saiu às ruas para reclamar transporte público mais qualificado e a preços mais acessíveis, ficamos todos com esse dever de casa: como sair do brete das estradas entupidas de veículos?

domingo, 29 de dezembro de 2013

MOTORISTA GAÚCHO É O MAIS AGRESSIVO DO BRASIL

CORREIO DO POVO 29/12/2013 10:18

Paulo Roberto Tavares / Correio do Povo

Motorista gaúcho é o mais agressivo do País, diz pesquisa. Confira dicas para trafegar com segurança pelas estradas e chegar bem ao Ano-Novo



Em 1997, a primeira diretora-presidente do Detran/RS, Nereide Tolentino, afirmou que o motorista gaúcho não dirigia bem, pois não respeitava a distância entre os carros e, via de regra, não dava passagem, mesmo que o outro condutor estivesse sinalizando para entrar em uma rodovia. A declaração causou muitos protestos e críticas por parte da opinião pública. Poucos meses depois, Nereide era substituída na presidência da autarquia por Djalma Gautério. Depois de 16 anos, especialistas de trânsito do Estado acabaram dando razão a Nereide; inclusive uma pesquisa da Ufrgs aponta o gaúcho como o condutor mais agressivo do País.

O chefe da Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alessandro Castro, pondera que apenas uma parcela dos motoristas no Estado age de maneira irresponsável no trânsito. Grande parte, de acordo com ele, dirige corretamente. Castro cita o caso de um jovem que morreu na freeway, no dia 22 de dezembro. A vítima, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), tinha saído de uma rave e se dirigia à praia, quando o carro saiu de controle e capotou. A vítima estava sem cinto de segurança e foi arremessada para fora do veículo.

Castro aconselha os motoristas a fazerem uma revisão no veículo, nos amortecedores, freios e ver a calibragem dos pneus, antes de ir viajar. Além disso, ressalta o policial rodoviário federal, é muito importante ter atenção enquanto se dirige em rodovias. Grande parte dos acidentes, ressalta Castro, acontece justamente por distração dos condutores. "O motorista tem de estar atento a tudo", afirma. "Além disso, só fazer ultrapassagem com certeza absoluta de que é possível", complementa.

Dirigir com sono é outro fator de risco, que pode gerar um desastre fatal. É preferível descansar e chegar um pouco mais tarde ao destino do que se arriscar. "Não há ser humano que vença o sono", comenta Castro. "Por isso, é importante estar tranquilo e procurar horários adequados para viajar."

Quando for à noite, há necessidade de atenção redobrada, pois o ambiente muda totalmente, com a visibilidade sendo mais curta, pois não existe profundidade. Nesse caso, é aconselhável planejar a viagem, já conhecendo o trajeto. Além disso, ter uma dose de paciência, dando-se conta de que a estrada serve para seguir um caminho e impõe limites para todos. Não é ver uma boa estrada e sair acelerando, pois há curvas e outros obstáculos que precisam ser respeitados. "Não dá para passear, tampouco para ir muito depressa", diz Castro. "Os limites foram planejados por engenheiros, justamente pensando em fatores que afetam o automóvel", explica o chefe da Comunicação Social da PRF.



Compartilhar espaço sem estresse

Para a especialista em trânsito e professora Cláudia Rubenich, as pessoas que tomam a estrada devem adotar certos cuidados. Em primeiro lugar, precisam redobrar a atenção. Também é importante evitar discussões dentro do veículo e manter tranquilidade no trajeto. Devem ainda transportar as crianças nas cadeirinhas. É preciso, aconselha Cláudia, criar um ambiente de viagem harmonioso, inclusive preparando os passageiros de que poderão enfrentar congestionamentos. Principalmente, ressalta ela, não "descontar no pé" (acelerar) para chegar logo, além de ter consciência de que encontrarão aqueles que ficam costurando no trânsito, fazendo ultrapassagens a qualquer custo. "Devem-se minimizar os fatores de estresse', ressalta. 'Trânsito é coletivo, e temos de aprender que devemos compartilhar esse espaço com os outros."

Para Cláudia, muitas pessoas não estão preparadas para andar no limite de uma rodovia. E muitas vezes não se dão conta do grande movimento nos feriados. "O fluxo de carros aumenta enormemente. Nem todos estão acostumados ao ritmo intenso de uma estrada e ao grande número de automóveis."

Também é recomendável, aconselha Cláudia, que haja mais cuidado por parte dos motoristas. Na ida, comenta a especialista, existe muita pressa em chegar e, no retorno para casa, há o mau humor, o 'ranço' de final de feriado e férias. "Muitas pessoas se liberam ao meio-dia do serviço e saem, já estressadas, correndo, querendo chegar logo. Comemoram o Ano-Novo e no outro dia voltam, mesmo de ressaca. Ano-Novo é uma loucura, com tanta gente que às vezes não encontramos lugar na areia, e isso se reflete na estrada."

Cansaço retarda tempo de reação

A psicóloga Sinara Soares, da Divisão de Educação do Detran/RS, orienta que, antes de dirigir, o motorista deve avaliar seu estado. O cansaço, salienta Sinara, faz com que o tempo de reação de uma pessoa leve de 2 a 3 segundos, quando normalmente esse seria de 1,5 segundo. "Outro fator que leva à distração é dirigir comendo ou falando ao celular." Sinara recomenda que os motoristas sempre respeitem o limite de velocidade, façam as ultrapassagens com segurança e mantenham a distância para o carro da frente. "Para se certificar, o motorista que vai atrás deve mirar um ponto de referência e, depois que o da frente passar, contar até três, e só então passar por esse ponto. Com chuva deve contar até oito, por exemplo."

Outro cuidado é com as bagagens colocadas dentro do carro. Devem ser afiveladas. "Em um acidente a 90 km/h, em média, se o objeto não estiver preso, pode vir para cima do motorista e fica em média com um peso 25 vezes superior."

Terça é o dia com mais acidentes

Nas terças-feiras e no horário comercial, os motoristas porto-alegrenses mais batem o carro nas vias da Capital. A conclusão faz parte do levantamento do Grupo BB/Mapfre sobre o comportamento dos segurados em Porto Alegre. Nos meses de janeiro a julho de 2013, período de realização do estudo, foram 2.674 colisões registradas no trânsito da cidade. A pesquisa mostrou que na terça-feira foram 527 ocorrências nas principais vias da Capital. A quinta-feira ficou em segundo lugar, com 457 colisões. O sábado é outro dia "preferido" pelos motoristas para se envolver em colisão no trânsito: foram 433 ocorrências. A sexta-feira, tradicionalmente de grande tráfego, teve 388 casos envolvendo segurados da empresa. Nas segundas e nos domingos foram registradas 206 colisões.

O gerente executivo do Grupo BB/Mapfre, Rinaldo da Silva, destacou que a terça e a quinta-feira são dias em que existe uma melhora na circulação de automóveis na Capital, o que deveria ser melhor aproveitado pelos motoristas. "É nesse momento que surge a falta de atenção do condutor, que decide falar ao telefone, enviar mensagens ou ainda ligar o rádio", explica Silva.

Considerando o perfil dos condutores em Porto Alegre, as mulheres envolveram-se em 1.471 acidentes. Os homens registraram 1.203 colisões. Entre os locais em que acontecem mais acidentes, segundo o estudo, estão vias como as avenidas Ipiranga, Sertório, Cavalhada, Assis Brasil, Farrapos, Independência, Osvaldo Aranha e Protásio Alves.

Segundo Silva, o horário comercial em Porto Alegre concentra 1.818 ocorrências. Já o levantamento dos casos entre 18h e 23h revela que o número de acidentes cai, chegando em 642 colisões. A madrugada registrou 214 casos. Além de Porto Alegre, o levantamento foi realizado em São Paulo, Recife e Curitiba.



sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

MOTORISTAS APRESSADINHOS GANHAM BILHETE DE LOTERIA EM VEZ DE MULTA NOS EUA


Do UOL, em São Paulo27/12/201315h14

Reprodução/Florida Today

Motoristas parados por excesso de velocidade receberam uma notificação e um bilhete de loteria das mãos de policiais em Melbourne, na Flórida (EUA), no dia de Natal

Motoristas apressadinhos tiveram uma surpresa no dia de Natal ao serem parados por policiais em Melbourne, na Flórida (EUA). Em vez de multa por excesso de velocidade, receberam uma notificação e um bilhete de loteria, segundo o jornal norte-americano "Florida Today".

A ideia foi de policiais da cidade que quiseram dar um "toque natalino" às blitze do feriado. "Nós estamos apenas usando uma técnica diferente", disse o sargento Jamie Rocque.

Por volta das 13h da quarta-feira (25), mais de 30 bilhetes de loteria tinham sido entregues a motoristas que foram parados por excesso de velocidade e outras infrações.

"Quando paramos os motoristas, nós damos a eles bilhetes de loteria que compramos com nosso próprio dinheiro. É algo bom a ser feito em uma época como essa. Nós estamos recebendo em troca muitos olhares surpresos. As pessoas não sabem o que dizer", afirmou o sargento.

Os policiais realizaram a "Operação Natal" principalmente ao longo do corredor comercial da via Wickham Road, que tem registrado uma série de acidentes nas últimas semanas, informa o jornal.

"Não há nenhum tipo de operação especial. Estamos realizando basicamente uma patrulha de trânsito porque nós temos de manter as ruas seguras", esclareceu o sargento.

Os policiais não souberam informar se algum dos bilhetes foi premiado. "Eu não sei, mas nós desejamos sorte aos motoristas", afirma Jamie Rocque.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

NOVO RADAR DOBRA O NÚMERO DE MULTAS

ZERO HORA 26 de dezembro de 2013 | N° 17655

HUMBERTO TREZZI

RIGOR NAS ESTRADAS

Aparelho que flagra veículos a até um quilômetro de distância é aliado dos policiais contra o excesso de velocidade



Amanhã de terça-feira avançava, o trânsito começava a encorpar na freeway (BR-290) e o motorista de um Mercedes-Benz esporte decidiu pisar fundo no acelerador. Foi flagrado quando passava por outros veículos, a 206 km/h, em Santo Antônio da Patrulha. O aparelho que registrou tamanha imprudência estava a quase um quilômetro de distância. É o radar móvel TruCam, nova vedete da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dotado de câmera fotográfica e laser capaz de identificar um veículo a mais de mil metros. Isso permite documentar a infração mesmo de veículos que reduzem a velocidade ao avistar a fiscalização.

O TruCam está por trás do salto no número de multas registrado pela PRF no feriadão. Apenas em excesso de velocidade, houve aumento de 100% nas autuações nas rodovias federais gaúchas. Foram 5.831 nos cinco primeiros dias do feriadão de Natal de 2013 (até as 19h de ontem), contra 2.910 em igual período de 2012. Os equipamentos novos, mais modernos, podem aferir a velocidade de até 300 motoristas por hora, o que garante ritmo inédito nas autuações e dispensa a antiga prática dos patrulheiros, de ter de parar o veículo para assinar a multa.

Estado recebeu 11 equipamentos

O Estado recebeu 11 dos novos radares. A PRF, em todo o Brasil, estreou 130 desses equipamentos. A tecnologia do aparelho é considerada a mais moderna disponível no mundo.

– A grande maioria das autuações foi feita pelo novo radar – diz o chefe de Comunicação Social da PRF, Alessandro Castro, que destaca o fato de o feriado ser mais longo em 2013.

Ele acrescenta que a PRF tem sido mais rigorosa a cada ano, especialmente em relação a excesso de velocidade e embriaguez ao volante.

O caso do condutor que dirigia a 206 km/h, um empresário de 22 anos de Porto Alegre, está longe de ser exceção. Velocidade demasiada é rotina entre os que pegam a estrada rumo ao Litoral para os festejos de fim de ano, pondera o chefe de policiamento da PRF no Estado, Alfonso Willembring Junior. Entre os flagrados na freeway neste feriado estão um Polo a 147 km/h, um Corolla a 169 km/h e até um Fusca a 129 km/h. A velocidade máxima na rodovia é de 110 km/h, acrescentada de uma tolerância de 7%.


Menos mortes no feriadão

Até o início da noite de ontem, o feriadão de Natal reservava uma notícia alvissareira para as autoridades. Nos seus cinco primeiros dias, é o de menos mortes no trânsito desde 2010. É claro que ninguém comemora, porque cada morte é uma tragédia, ressalta o presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Leonardo Kauer.

Até as 20h de ontem tinham sido registradas nas vias do Rio Grande do Sul (estaduais, federais e municipais) 21 mortes em acidentes de trânsito. Isso representa uma média de 4,2 mortes por dia de feriadão. Em 2012, foram 7,6 vítimas por dia (38 no total). Em 2011, 6 mortes por dia. Em 2010, 4,4 mortes por dia – patamar semelhante ao de 2013.

Kauer está otimista e acredita que a queda na mortandade no trânsito vai se consolidar – salvo algum desastre de grandes proporções, hoje (último dia da contagem do feriadão de Natal). Ele vai além e projeta melhora nas estatísticas do ano inteiro. O Rio Grande do Sul deve registrar, pela primeira vez em anos, menos de 2 mil mortes em acidentes de trânsito no ano. O presidente do Detran atribui os números a vários fatores, que vão desde a aquisição de equipamentos de última geração por parte das polícias (além da PRF, o Comando Rodoviário da Brigada Militar e a Guarda Municipal de Canoas compraram os novos radares fotográficos) até a implementação de campanhas educativas e o aumento do rigor na fiscalização.

O Detran estreou esta semana com equipe própria na Balada Segura, em Porto Alegre. A ação é um tipo de blitz que começou na Capital e já é copiada nas principais cidades gaúchas. Já para as estradas foi implementado o Viagem Segura, em colaboração com as polícias rodoviárias.

 



COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Como equipamento de apoio, um radar moderno tem a sua importância, mas não inibirá a violência no trânsito, o desrespeito à sinalização, as ultrapassagens indevidas e a direção sob efeitos de drogas e álcool, todos fatores causadores de acidentes. A prioridade deveria focar investimentos no potencial humano (efetivos, treinamento e valor salarial) e na capacidade deles de estarem patrulhando as rodovias e colocados em locais onde os riscos são maiores, dobrando seus esforços na implementação da prevenção destes fatores com leis fortes e programas educativos, visando mudança de comportamento e conscientização que só a multa não consegue dar. A legislação deveria focar este premissa determinando que condutores flagrados cometendo infrações que mais causam violência no trânsito com perdimento imediato do carro (para pagar indenizações) e da carteira de motorista (podendo perdê-la em definitivo em caso de morte e lesões graves), complementado com serviço comunitário obrigatório nas emergência dos Hospitais e nas rodovias trabalhando nos programas comunitários das polícias. O Brasil precisa de uma cultura de respeito e de direção defensiva no trânsito, e esta se consegue com aplicação de multas e educação obrigatória de forma integrada e harmoniosa. 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

CRIANÇA EM CADEIRA PRÓPRIA SE SALVA EM ACIDENTE

Acidente deixa feridos no interior de Tenente Portela
RADIO MUNICIPAL DE TENENTE PORTELA/RS
23 de dezembro de 2013


Acidente deixa feridos no interior de Tenente Portela



Uma mulher, uma criança e dois homens estão recebendo, neste momento, meio dia, desta segunda-feira, 23 de dezembro, atendimento no HSA Hospital Santo Antônio de Tenente Portela, em razão do acidente que envolveu uma camionete FORD F 1000 e um automóvel GM Corsa, no final da manhã, na estrada vicinal, que liga o trevo de acesso ao Distrito de Daltro Filho, na RSC 472 e a localidade de Burro Magro, interior do município de Tenente Portela.

Segundo informações, o motorista da camionete, que pertence a um Super Mercado da cidade de Tenente Portela, voltava de entregas de ranchos quando, perdeu o controle do veículo, bateu no automóvel, que trafegava em sentido contrário, vindo a capotar.

Segundo informações policiais, que após atender a ocorrência, procuravam, em residencias da localidade de Burro Magro, familiares dos envolvidos no acidente, os mesmos estavam chegando para visitar parentes e passar as festas de final de ano. A placa do Corsa é de Ivoti/RS.

Os feridos são: João Vitor dos Santos, 37 anos, Marisangela Mello, 34 anos e Edemar da Rosa, 44 anos. Um menino de cinco anos escapou ileso do acidente. O menino estava em uma cadeira própria para transporte de criança em veículos automotores.


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domingo, 22 de dezembro de 2013

ACIDENTE COM ÔNIBUS DEIXA AO MENOS 14 MORTES NA RODOVIA REGIS BITTENCOURT


Ônibus com destino ao Rio de Janeiro saiu da pista e caiu em barranco com 50 passageiros

22 de dezembro de 2013 | 8h 47

Renato Jakitas, O Estado de S.Paulo



Um acidente na rodovia Régis Bittencourt deixou ao menos 14 pessoas mortas na madrugada deste domingo já na chegada da pista a São Paulo, na altura da cidade de São Lourenço da Serra, km 301.


Sérgio Castro/Estadão

Segundo dados da Autopista Régis Bittencourt, um ônibus da Viação Penha saiu da rodovia e tombou com 50 passageiros em um barranco, caindo de uma altura de aproximadamente 50 metros.

Às 10h15 a concessionária informava 14 mortos e não tinha ainda o número total de feridos. Segundo a PRF, o acidente aconteceu por volta das 2h e o ônibus havia saído de Curitiba com destino ao Rio de Janeiro.

Duas faixas da rodovia permaneciam fechadas para o trabalho do corpo de Bombeiros, que ainda trabalhavam na remoção de vítimas. Treze viaturas dos bombeiros e quatro ambulâncias do SAMU estavam no local no horário.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

AIRBAG E ABS SÃO INDISPENSÁVEIS À SEGURANÇA


JORNAL DO COMERCIO 20/12/2013


José Sérgio Nandi Florencio


Noticiou-se em todos os meios de comunicação a importância ou não da exigência do governo para as montadoras instalarem o air bag e freios ABS em todos os carros nacionais a partir de 2014. Diante dessa polêmica, foi noticiado na Voz do Brasil que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que vai ser mantida a exigência dos referidos equipamentos/acessórios na fabricação dos novos veículos nacionais, com exceção do veículo VW/Kombi que deixará de ser fabricada por não se adaptar às exigências da lei. A Lei nº 11.910, de 18/3/2009, que altera o artigo 105 da Lei 9.503, de 23/9/1997, que instituiu o CTB, estabelece a partir de 2014 a obrigatoriedade de uso do equipamento de retenção – air bag. Portanto, em 1997, houve grande discussão entre especialistas e governo (prós e contra) sobre a importância de ser mantida no CTB a exigência do air bag como equipamento obrigatório em veículos populares chamados motor 1.0, mas infelizmente foi vetado pelo então presidente da República. As montadoras preocuparam-se com um acréscimo no valor dos veículos entre R$ 1.000 e R$ 2.000. Mais de 15 anos da vigência do CTB e especialistas em segurança no trânsito acreditam que teria ocorrido redução no número de mortes se não tivesse sido vetado, pois a maior incidência de tipo de acidente nas estradas é o frontal.

Estudos e crash tests nos laboratórios de segurança veicular da Volvo, Fiat e outras marcas comprovaram que equipamentos como air bag, cinto de segurança, protetor de cabeça e vidro laminado, em ação conjunta, salvam vidas e diminuem os ferimentos em até 80%. O número de acidentes não para de subir, com a média de 43 mil mortos por ano, o que nos coloca em quarto lugar no mundo nesse ranking terrível. Urge que sejam intensificados os combates aos excessos no trânsito, como a velocidade e o alcoolismo. Precisamos de mais policiais e melhores equipamentos. O Brasil fez um pacto com a Organização das Nações Unidas (ONU) para reduzir em 50% o número de mortes no trânsito até 2020.

Professor e especialista em segurança no trânsito

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

CORREÇÃO DE RUMO

ZERO HORA 19 de dezembro de 2013 | N° 17649


EDITORIAIS


O governo ouviu o clamor popular e manteve a obrigatoriedade de airbag e freios ABS para 100% dos veículos que sairão das fábricas em 2014. Trata-se, acima de tudo, de uma atitude de respeito à vida, pois está mais do que comprovado que tais equipamentos elevam significativamente a segurança dos carros. A exigência certamente vai encarecer o custo dos automóveis e pode acelerar a inflação, provocar a queda nas vendas e na produção, talvez até mesmo causar desemprego, como temem os metalúrgicos. Ainda assim, nada é mais importante do que aumentar a proteção de motoristas, tripulantes e pedestres. O trânsito brasileiro já mata e mutila gente demais. Não precisa de estímulos de administradores hesitantes, como se revelou o ministro Guido Mantega no episódio.

O interessante é que a intervenção corajosa da presidente Dilma Rousseff, mesmo sob a ameaça de prejuízos eleitorais, foi consequência do alerta feito pela mídia. Desta vez, nem deu tempo para a mobilização das redes sociais. Comunicadores, colunistas e editorialistas dos principais veículos de comunicação do país condenaram prontamente a intenção de adiar a medida para 2016, manifestada pelo ministro da Fazenda. Menos mal que o responsável pela Fazenda tenha voltado atrás depois da grita geral.

Ao que se sabe, as fábricas já estavam preparadas para instalar o equipamento, pois o processo começou em 2009. Não havia, portanto, necessidade de novos adiamentos. Os principais interessados na suspensão da medida eram os metalúrgicos, preocupados com uma possível onda de desemprego. Resta esperar que o governo – e isto, sim, é atribuição do ministro da Fazenda – tome providências para que não haja demissões em massa. E não basta pedir aos empregadores que sejam bonzinhos. Empresa depende de resultado. Se não vender seus produtos, tem que diminuir a produção. O ciclo é bem conhecido: menos consumo, menos vendas, menos empregos. Aí é que o governo precisa interferir, revendo tributos, controlando a concorrência predatória das importações e inventando estímulos, como tem feito com vários setores da economia para incrementar o mercado interno.

A correção de rumo faz bem para todos. Aumenta a segurança da frota nacional e eleva a competitividade dos carros fabricados no país, que ainda perdem feio para os estrangeiros nos quesitos de conforto e dirigibilidade.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

GOVERNO RECUA E AIRBAG E ABS SERÃO OBRIGATÓRIOS

ZERO HORA 18 de dezembro de 2013 | N° 17648

A PARTIR DE JANEIRO. Prazo para instalar itens de segurança está mantido, afirma ministro, mas Kombi pode ser exceção


Pelo visto, a reação dos consumidores pesou. O governo brasileiro se rendeu e manteve a exigência de airbag e freio ABS em todos os carros produzidos no país a partir de janeiro próximo.

A única exceção poderá ser a Kombi. Na quarta-feira passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, cogitou adiar o cronograma estabelecido em 2009 pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em dois anos sob justificativa de risco de alta nos preços e demissões em fábricas.

Especialistas em trânsito e entidades de defesa do consumidor criticaram a possibilidade de prorrogação. Em países desenvolvidos, o airbag já vem de fábrica. Nos EUA, é obrigatório desde 1998, e na União Europeia, é item básico desde 2007. Ontem, após se reunir com representantes de montadoras e sindicatos, Mantega confirmou que o prazo será mantido.

– Não vamos modificar o calendário do Contran, 100% dos automóveis terão de ter ABS e airbag – disse.

A Kombi pode ser a exceção à regra e ganhar uma sobrevida de três anos. Segundo Mantega, até o momento, todas as empresas concorrentes concordaram com essa possibilidade, mas a decisão ficará para a próxima semana.

IPI vai subir e veículos devem ter preço mais alto

Mantega disse ainda que as empresas vão se comprometer a absorver os trabalhadores que podem ser demitidos por conta da mudança. A medida ameaçaria cerca de 4 mil empregos no caso da Kombi, por exemplo – 950 na Volkswagen e 3.050 nos fornecedores das autopeças.

– Vão promover a absorção de trabalhadores dentro da própria fábrica ou mesmo outras fábricas se comprometeram a ajudar, minimizando o problema maior, que fica nas autopeças – explicou Mantega.

O ministro acrescentou que as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) serão elevadas ao seu percentual original no começo de 2014. Mantega comentou que, para esta situação, o governo não voltará atrás e o tributo subirá, pois a redução não é uma solução para o setor. Com isso, somada à exigência de airbag e freio ABS em todos os veículos, os preços devem aumentar.

A principal pressão para adiar os itens de segurança obrigatórios veio de sindicatos de trabalhadores da região do ABC paulista. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC contatou o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para alertar sobre as demissões no setor a partir da exigência. Pimentel levou o assunto à presidente Dilma Rousseff, que, a princípio, relutava mudar o cronograma. Ao saber do risco de dispensas, pediu a Mantega para encontrar uma solução.


VAIVÉM DE MANTEGA

NO ÚLTIMO DIA 12 - “A proposta mais viável seria, em vez de passar de 60% para 100%, passar de 60% para 80% no ano que vem, e, no ano seguinte, passar para 100%. Dar um prazo de adaptação.”

ONTEM - “Nós vínhamos discutindo essa questão dos itens de segurança preocupados com o impacto no emprego no setor, principalmente em autopeças, aumento de preços de custos e nas vendas em 2014. Não deve ser adiada a introdução dos itens de segurança.”

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O DESAFIO DE COBRAR MULTAS DE ESTRANGEIROS

ZERO HORA 17 de dezembro de 2013 | N° 17647

CARLOS GUILHERME FERREIRA

MULTAS DE TRÂNSITO. O desafio de cobrar os estrangeiros

Estado tem dificuldade em fazer motoristas de fora do país pagarem por infrações que, em cinco anos, estariam perto de R$ 20 milhões



A temporada de veraneio está próxima e, com ela, começa a romaria de veranistas estrangeiros circulando por estradas gaúchas. E, entra ano, sai ano, o governo do Estado continua com a dificuldade histórica de como cobrar as infrações cometidas por motoristas de fora do país. A dívida acumulada nos últimos cinco anos se aproximaria dos R$ 20 milhões.

Nos últimos dois anos, o percentual de multas pagas por estrangeiros ficou na casa de 4% – em 2012, foram arrecadados R$ 81,2 mil. Entre janeiro e novembro de 2013, o índice é de 13%. Mas existe uma ressalva que impede a comparação: ainda fora desta conta, dezembro representa um dos meses campeões de movimento, ao lado de janeiro e fevereiro.

E a tendência é de mais trabalho para a fiscalização, já que há uma estimativa de crescimento em torno de 15% a 20% no número de turistas vindos do Exterior neste verão – no ano passado, houve 611 mil visitantes estrangeiros, segundo dados da Polícia Federal.

Para o chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alessandro Castro, a impossibilidade de fiscalizar todos os veículos explica o baixo índice de quitação das multas. Porque quem não for parado pelas autoridades (na estrada ou na fronteira) pode deixar o Brasil com a infração em aberto, sem problemas para renovar o licenciamento do veículo – como aconteceria com um condutor brasileiro.

– A evasão é um problema palpável, e os órgãos brasileiros deveriam bolar uma maneira de cobrar de forma mais efetiva estas multas – opina o professor João Fortini Albano, do Laboratório de Sistema de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O desafio é apertar o cerco aos gringos. Em sua maioria argentinos e uruguaios, os turistas são fiscalizados por amostragem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo Alessandro Castro, não há como parar todos os motoristas.

Não à toa, uma reunião em 9 de dezembro, no Palácio Piratini, alinhou bases entre autoridades de trânsito e consulados de Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. No site do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS), foi disponibilizada uma página em espanhol com informações sobre a legislação de trânsito brasileira e, também, uma consulta online para verificar se um veículo tem multas pendentes.

Segundo o presidente do Detran-RS, Leonardo Kauer Zinn, a estratégia passa por conscientizar os estrangeiros da necessidade de cuidados no trânsito.

ÔNIBUS CAI DE PONTE, MATA SEIS E DEIXA 29 FERIDOS

ZERO HORA ONLINE 17/12/2013 | 07h34

Ônibus com turistas gaúchos cai em represa, mata seis e deixa 29 feridos na divisa entre SC e PR
Motorista teria perdido o controle do veículo, batido em mureta de proteção e despencado de uma altura de 10 metros



Foto: JOÃO CARLOS FRIGÉRIO/ / ESTADÃO CONTEÚDO


Um grave acidente na madrugada desta terça-feira matou seis turistas e deixou outras 29 pessoas feridas na BR-376, em Guaratuba, no Paraná, quase na divisa com Santa Catarina. O grupo estaria voltando para a cidade de Sapiranga, no Rio Grande do Sul, após uma viagem de compras a São Paulo, iniciada no domingo.

Segundo as primeiras informações, o ônibus que os transportava, da empresa Kleintur, teria caído da ponte sobre a represa Vossoroca. O motorista teria perdido o controle do veículo, batido em uma mureta de proteção e despencado de uma altura de 10 metros.

O acidente ocorreu por volta de 0h30min. O diretor da Kleintur, Mauro Klein, disse que foi informado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) que o ônibus teria perdido o controle após passar por uma área com óleo sobre a pista, na altura do km 653. A possibilidade foi confirmada pelo chefe da Comunicação Social da PRF do Paraná, inspetor Cristiano Mendonça, em entrevista à Rádio Gaúcha.

Conforme Mendonça, o trecho que passa pela repressa Vossoroca tem muitas curvas e obriga os motoristas a redobrarem a atenção. O trânsito ficou bloqueado na região do acidente por toda a madrugada, o que gerou congestionamento de 14 quilômetros. Por volta das 6h45min, o tráfego foi liberado para os veículos.

Os turistas tinham ido a São Paulo em dois grupos. O veículo que caiu da ponte tinha moradores de Novo Hamburgo e São Leopoldo, segundo Klein. As vítimas foram levadas para hospitais de Santa Catarina e do Paraná. Outro ônibus com moradores de Sapiranga seguia na viagem, mas não se envolveu no acidente.

Quatro funcionários da empresa de turismo seguiram para o Paraná ainda na madrugada para dar suporte à situação. Conforme Klein, ainda não há a identificação dos mortos. A empresa deve fornecer a lista de passageiros assim que confirmar as identidades nos hospitais.

COMPORTAMENTO DE RISCO


ZERO HORA 17 de dezembro de 2013 | N° 17647

EDITORIAIS




O aumento no número de detenções de motoristas embriagados nas estradas gaúchas, resultante da maior ação policial depois do respaldo da nova Lei Seca, evidencia a necessidade de uma mudança cultural. Já não basta apenas que a legislação rigorosa iniba os infratores. É essencial, também, que a sociedade se envolva no controle dos irresponsáveis uma vez que eles representam real perigo para todos.

Os pilares fundamentais para o trânsito seguro, de acordo com os especialistas, são a legislação, a educação e a fiscalização, desdobrando-se este último também na punição dos responsáveis por infrações. Leis não faltam. A vigilância tem aumentado na medida em que os policiais ganham respaldo legal para agir. O que ainda falta é a conscientização, indispensável para a formação de uma cultura coletiva de prevenção de acidentes.

E cada cidadão, sendo motorista ou não, tem alguma contribuição a dar neste aspecto. Basta se manter vigilante e argumentar com parentes, amigos e conhecidos para que não assumam comportamento de risco. E, em casos de real perigo, comunicar imediatamente às autoridades para que interfiram. Beber e dirigir não é apenas um delito de trânsito: é um atentado contra toda a sociedade. As punições certamente contribuem para a redução de tais comportamentos, mas a rejeição de amigos e parentes pode ter um poder de convencimento maior até mesmo porque a penalização costuma ocorrer depois da infração cometida. Já o conselho, o questionamento e a reprimenda são preventivos. E sempre é melhor evitar a tragédia do que punir os responsáveis.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

FINAL DE SEMANA VIOLENTO NO RS

ZERO HORA 16/12/2013 | 14h27

Final de semana registra 17 mortes nas estradas gaúchas. Foram quatro mortes na sexta-feira, nove no sábado e mais quatro no domingo


Estado registou 17 mortes em rodovias nesse final de semanaFoto: PRF / Divulgação
O final de semana foi marcado pela violência no trânsito. De sexta-feira a domingo, foram 17 mortes registradas nas rodovias gaúchas – quatro na sexta-feira, nove no sábado e quatro no domingo.

SEXTA-FEIRA:

Faxinal do Soturno: Cleber Alves da Silva, de 36 anos, capotou o carro na ERS-149 por volta das 14h30min. Chovia bastante e é provável que Cleber tenha perdido o controle do carro. A vítima morreu no local.


Luciano Alves/Agência RBS
Foto: Carro capotou após motorista perder o controle

Farroupilha: uma pessoa morreu na colisão entre um carro e um caminhão por volta das 20h10min no km 43 e 44 da ERS-122, em Farroupilha – trecho conhecido como Curva da Morte. A vítima estava no carro. Outras duas pessoas ficaram feridas.

Santa Maria: um homem morreu e uma criança ficou ferida em um acidente envolvendo um caminhão e uma carroça. A colisão aconteceu por volta das 17h20min na BR-392, próximo à Estação Minuano. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a carroça teria tentado cruzar a rodovia, quando foi atingida pelo caminhão. A vítima dirigia a carroça.


Ronald Mendes/Agência RBS
Foto: Homem morreu e adolescente ficou ferido na colisão

Cidreira: por volta das 16h30min uma colisão entre uma motocicleta e um caminhão no km 6 da ERS-784 resultou na morte do condutor da moto. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, o motorista do caminhão – que não possuía carteira de habilitação – fugiu, mas foi pego em seguida.

SÁBADO:

Arroio do Meio: Tercilla Cristofoli, 66 anos, morreu em um acidente no km 84 da RS-130. A vítima era passageira de um Fiat que saiu da rodovia e colidiu em uma árvore. O motorista, marido da vítima, foi encaminhado para o hospital da cidade.

Sarandi: Renato Willian da Rosa Silva, 22 anos, e Sergio Luiz Silveira , 33 anos morreram após o carro em que se encontravam sair da pista no km 340 da BR-386i. De acordo com testemunhas, depois de uma ultrapassagem o motorista perdeu o controle do veículo. O carro partiu-se ao meio.

Multerno: na manhã de sábado, uma colisão frontal entre um Gol e um caminhão no km 232 da BR-285, resultou na morte de Jorge Luiz Roberto Fortunato, 20 anos. A vítima morreu no local e o passageiro ficou ferido.

Picada Café: a colisão frontal entre um caminhão e duas motos deixou dois mortos no início da tarde, no km 202 da BR-116. Os condutores das motos, gravemente feridos, foram encaminhados para o hospital de Nova Petrópolis, mas não resistiram. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, Rafael Lopes Fernandes, 37 anos, e Luiz Felipe da Silva, 30 teriam invadido a pista contrária.


Anderson Fetter/Agência RBS
Foto: As duas motos teriam invadido a pista contrária, colidindo no caminhão


Osório: um homem morreu carbonizado dentro da carreta que dirigia, n0 km 5 da RS-101. Segundo o Grupo Rodoviária da Brigada Militar de Tramandaí, o motorista teria perdido o controle e saído da pista. Valdir dos Santos, 53 anos, ficou preso na carreta, que incendiou.

Glórinha: uma pessoa morreu e outra ficou ferida após um Peugeot perder o controle por volta das 20h no km 55 da BR-290. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o condutor teria perdido o controle do veículo, saído da posta e capotado. A vítima foi jogado para fora do carro.

Dilermando de Aguiar: acidente no km 372 da BR-158 deixou Claudio Weiss, 50 anos, morto e outras quatro pessoas feridas. Por volta das 22h o veículo saiu da pista. Os feridos foram encaminhados para o Hospital de Santa Maria.

DOMINGO:

Sete de Setembro: duas pessoas morreram e três ficaram feridas depois que uma caminhonete F-1000 colidiu na lateral de um Celta, no km 632,1 da BR-392. O motorista do Celta, Jair Lautert, 70 anos, e a passageira Maria Aldir da Silva Santos, 47 anos, morreram no local.


PRF/Divulgação
Foto: A caminhonete colidiu na lateral do Celta

Taquara: com a queda de um Celta em um rio, na localidade de Lar Padilha, interior do município, Cássio de Oliveira, de 19 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu antes de chegar em Hospital Bom Jesus. Outras duas pessoas ficaram feridas.

Itaara: uma colisão frontal entre um carro e um caminhão resultou na morte de Wilson Sauer, 58 anos. O carro que a vítima conduzia invadiu a pista contrária. Nenhum dos 14 passageiros do ônibus sofreu ferimentos.

DESPREZO PELO CONSUMIDOR


O Estado de S.Paulo 16 de dezembro de 2013 | 2h 06


OPINIÃO


Entre assegurar ao usuário de automóveis a proteção oferecida por itens cuja instalação obrigatória foi prevista há vários anos e ganhar uma folga mínima na luta que não vem conseguindo vencer contra a inflação, o governo não teve dúvidas. Mesmo à custa da segurança das pessoas, escolheu a segunda hipótese.

Ao anunciar que o governo pretende adiar por um ou dois anos a vigência da norma que obriga a instalação de airbags e freios ABS em todos os veículos fabricados no País, que entraria em vigor no início de 2014, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, argumentou que a decisão evitaria o aumento dos preços de diversos modelos, o que ajudaria no combate à inflação. Como se sabe, a inflação mantém-se há anos bem acima de 4,5%, que é a meta perseguida pela política do Banco Central.

Não há, ainda, uma decisão oficial sobre como será o adiamento. Depois de anunciar a intenção do governo, Mantega admitiu que poderão ser fixados índices intermediários de utilização dos dois equipamentos de segurança, como, por exemplo, 80% dos carros fabricados em 2014 e 100% em 2015.

Trata-se de um retrocesso, do ponto de vista do interesse e da segurança do consumidor. A norma que prevê que todos os carros novos nacionais deverão ter airbags e freios ABS a partir de 1.º de janeiro de 2014 foi estabelecida em abril de 2009 pelo Contran. Houve tempo para que todas as montadoras e todas as fabricantes de autopeças se adaptassem a ela.

Qualquer que venha a ser a decisão, até mesmo com a preservação dos prazos já conhecidos, o fato de o ministro da Fazenda ter reaberto uma questão vital para os consumidores - e que, para todos os interessados, inclusive os fabricantes, já estava decidida - mostra que, se for em seu próprio benefício, o governo do PT não hesita em admitir a quebra de regras.

O governo não se dispôs a conter suas despesas de custeio para reduzir as pressões inflacionárias, não conseguiu estimular os investimentos e a atividade econômica como prometera e, sobretudo, não restabeleceu a credibilidade de sua política fiscal cada vez mais desacreditada, mas, mesmo assim, continua a lançar mão de artifícios, como esse.

Há, é claro, interessados nesse artifício. Dos sete modelos cuja produção deveria ser interrompida a partir de 2014 por não atenderem à exigência do Contram, seis são fabricados por quatro montadoras que operam no País há mais tempo. Dessas, três iniciaram suas atividades na região do ABC, onde continua atuante o mesmo movimento sindical do qual foi líder o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva. Não é mera coincidência o fato de o ministro da Fazenda ter reaberto a questão poucas semanas depois de um dirigente sindical do ABC ter pedido à presidente Dilma Rousseff o adiamento da vigência da norma do Contran, sob a alegação de que a suspensão da fabricação de alguns modelos provocaria a demissão de 4 mil trabalhadores da região.

O argumento pode ser falacioso. A maior fabricante do ABC já tem preparado o lançamento de um novo modelo cuja fabricação poderá absorver o pessoal que trabalhava na produção dos modelos que deixarão de ser fabricados. Mas o adiamento preservará a margem de lucros das montadoras mais antigas, que já é muito mais alta do que a registrada no exterior.

Já o consumidor brasileiro, caso o adiamento se confirme, terá de conviver um pouco mais com veículos pouco seguros e que, numa reportagem feita em maio deste ano por uma agência internacional de notícias, foram chamados de "mortais". Houve, reconheça-se, algum avanço na qualidade dos veículos nacionais com relação à segurança. Pela primeira vez, um carro fabricado no Brasil recebeu a classificação máxima de segurança em colisões em teste realizado em novembro pelo Programa de Avaliação de Carros Novos da América Latina (Latin NCap). Mas, dos 26 modelos avaliados, 11 foram considerados inseguros pela classificação internacional.

Só por meio de normas mais rigorosas as montadoras instaladas no Brasil adotarão aqui os padrões que, por lei, elas são obrigadas a adotar em seus países de origem.

COMPORTAMENTO AINDA É UM DESAFIO


ZERO HORA 16 de dezembro de 2013 | N° 17646


LEI SECA, UM ANO DE MAIS RIGOR



A ampla divulgação das mudanças e dos procedimentos a que motoristas podem ser submetidos fez com que muitos temessem a punição e, com isso, alterassem alguns costumes no trânsito ao longo deste ano. Para o juiz aposentado e advogado de causas no trânsito Nei Pires Mitidiero, o rigor inibiu que muitas pessoas continuassem ingerindo álcool antes de pegar o volante:

– As pessoas pensam três vezes antes de beber, porque sabem que podem parar na delegacia, arcar com fiança e um processo criminal.

No entanto, a conscientização, especialmente entre os mais novos, ainda não atingiu o nível necessário, acredita o sociólogo e especialista em educação e segurança no trânsito, Eduardo Biavati. Para ele, a fiscalização é fundamental no processo de mudança do comportamento:

– A nova lei deu mais ferramentas e mais poder, mas ainda estamos esperando uma expansão da fiscalização para dar mais resultado. Queria ouvir jovens dizendo “não vou nem arriscar”, mas eles sabem que é muito difícil ser pego em blitz, é uma questão de dar o “azar” de encontrar uma.

Para o comandante do Comando Rodoviário da Brigada Militar, coronel Fernando Alberto Grillo Moreira, a nova legislação facilitou o enquadramento de condutores, mas a mudança de comportamento é parcial:

– Em alguns locais e horários, percebemos que há um maior cuidado dos motoristas. Mas em outras situações percebemos que as pessoas ainda bebem e dirigem.

NOVA LEI SECA ELEVA PRISÕES NO TRÂNSITO

ZERO HORA 16 de dezembro de 2013 | N° 17646


LETÍCIA COSTA E MARCELO GONZATTO


UM ANO DE MAIS RIGOR


Entre janeiro e novembro deste ano, 1,8 mil motoristas foram detidos por embriaguez nas estradas estaduais e federais gaúchas. Superior à estatística do mesmo período de 2012, o número coincide com o maior rigor previsto na nova Lei Seca, que estimulou as abordagens policiais e facilitou o caminho dos condutores rumo às delegacias.

Prestes a completar um ano, a nova Lei Seca aumentou o cerco aos motoristas embriagados e elevou o número de autuações e prisões no Estado. Mas a mudança de comportamento esbarra na conscientização dos condutores sobre o perigo da mistura álcool e direção.

Apenas nas rodovias estaduais e federais gaúchas, o impacto da mudança na lei favoreceu o acréscimo de quase um terço no número de motoristas presos. De janeiro a novembro de 2012, houve 1,3 mil detenções devido à embriaguez nas estradas – vias de alto risco para acidentes graves. Este ano, no mesmo período, os policiais rodoviários conduziram 1,8 mil motoristas às delegacias.

As vias federais registraram 12% mais autuações (quando a quantidade de álcool fica abaixo do limite para ser considerado crime) e 21% mais prisões – quando atinge esse limite (quadro ao lado). Parte disso se deve a um grande avanço no número de abordagens, que triplicaram e chegaram a 97 mil. Nas estradas estaduais, houve queda no número de multas (-28%), mas também aumentou consideravelmente o número de detenções, com um acréscimo de 38%.

O superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Estado, Jerry Adriane Dias Rodrigues, afirma que o maior rigor trazido pela mudança na lei estimulou os policiais a abordar mais condutores e facilitou a condução dos motoristas com sinais de embriaguez – mesmo sem realizar o teste do bafômetro – às delegacias.

Testemunho facilita detenção

O problema é que a punição depende da interpretação dos delegados. Em alguns casos, o testemunho do policial é considerado suficiente para manter o suspeito preso. Em outros, ele é solto se não houver mais provas.

– Preocupa que um mesmo caso será enquadrado (como crime) em um lugar e, em outro, não. Nossa ideia é de que deveria haver um tratamento isonômico para que a lei tenha mais força, e o condutor saiba que terá o mesmo tratamento se beber e dirigir. Mas respeitamos o entendimento dos delegados – diz Rodrigues.

Titular da Delegacia de Lesões Corporais de Trânsito, Daniela Duarte comenta que não há uma orientação geral. É preciso analisar caso a caso.

– Depende sempre do caso concreto, se tem provas ou outros indicativos, como acidente. Os delegados têm autonomia para decidir sobre a autuação em flagrante, mas é um crime suscetível ao pagamento de fiança e, via de regra, é o que ocorre – explica.

Incluída há um ano, a admissão do testemunho do policial como prova de embriaguez facilita a prisão, mas, segundo o chefe da comunicação social da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Estado, Alessandro Castro, nem sempre é considerado suficiente:

– Para a punição administrativa, o testemunho serve. Mas alguns delegados exigem outras provas para confirmar a prisão, como outras testemunhas, ou prova em vídeo.

Neste sentido, a PRF discute dotar policiais de celulares capazes de filmar, por exemplo. A apresentação de vídeos pelos agentes ainda é tímida, conforme a delegada Daniela. O mais comum é chegarem com um documento por escrito com os sintomas aparentes na pessoa. Por isso, delegados da Capital costumam encaminhar o motorista detido para um exame clínico feito por profissionais do Departamento Médico Legal (DML).


RELEMBRE O QUE MUDOU

Em 20 de dezembro do ano passado, a presidente Dilma Rousseff sancionou a nova lei. Veja os principais pontos

PROVAS - Nas blitze, os agentes de trânsito e policiais ganharam mais chances de comprovar que o motorista dirige sob efeito de álcool. O testemunho de policiais e de terceiros, a gravação de vídeos e testes clínicos também passaram a valer na prisão de condutores.

CONTRAPROVA - Se o condutor autuado por embriaguez se sentir injustiçado com a avaliação do agente de trânsito durante a blitz, pode voltar atrás e se submeter ao teste de bafômetro.

MULTAS - A nova lei aumentou o valor a ser pago por dirigir alcoolizado. O condutor autuado passou a desembolsar R$ 1.915,40, o dobro da multa anterior (R$ 957,70). Em caso de reincidência em período de 12 meses, o valor tem acréscimo de 100%: R$ 3.830,80.

É CRIME DE TRÂNSITO - Quando o motorista apresenta dosagem acima de 0,33 miligramas de álcool por litro de ar expelido dos pulmões ao soprar o bafômetro ou tem concentração de álcool por litro de sangue igual ou maior a 6 decigramas.



sábado, 14 de dezembro de 2013

A VIDA É A PRIORIDADE

Editorial14
ZERO HORA 14 de dezembro de 2013 | N° 17644


EDITORIAIS




É difícil de entender a hesitação do ministro Guido Mantega em relação à entrada em vigor da exigência de airbag e freios ABS nos veículos novos fabricados no país. O governo teme que a obrigatoriedade dos equipamentos, somada à retomada do Imposto sobre Produtos Industrializados, possa provocar aumento de preços nos automóveis, mexer com a inflação, provocar desemprego e isso ninguém admite oficialmente causar prejuí-zos eleitorais aos atuais ocupantes do poder. Por isso, e também por pressão de fabricantes e metalúrgicos, o ministro da Fazenda admite adiar a medida para 2016.

Do ponto de vista da segurança, é um verdadeiro absurdo, especialmente num país que contabiliza 50 mil mortes por ano no trânsito. Quantas vidas mais serão perdidas nos dois anos de tolerância pretendidos para a instalação dos equipamentos protetores? Ora, o cinto de segurança e a cadeirinha para crianças também elevaram o custo dos veículos para os usuários – mas as vidas salvas desde que foram adotados não têm preço.

Questões de natureza econômica ou política não podem prevalecer sobre a proteção de seres humanos. Médicos e especialistas em segurança do trânsito dizem que airbags evitam contusões torácicas graves na maioria das colisões. Em países desenvolvidos, o equipamento já é obrigatório há vários anos. No Brasil, estabeleceu-se um cronograma para a obrigatoriedade: 8% dos veículos novos em 2010, 60% até 2012 e 100% a partir de 1º de janeiro de 2014. Agora, o governo planeja o descumprimento da própria decisão.

Ainda há tempo, porém, para uma reconsideração. Este é um daqueles casos que merecem mobilização da sociedade e manifestação pelas redes sociais, pois a implantação dos equipamentos de segurança nos veículos não interessa apenas aos fabricantes e aos trabalhadores da indústria automobilística. Interessa a todos. Se o airbag protege essencialmente condutores e passageiros, o freio ABS aumenta a segurança dos tripulantes e também dos pedestres, pois impede o veículo de derrapagem no momento de uma parada brusca. Não há por que perder mais tempo neste aperfeiçoamento dos carros fabricados no Brasil.

Uma vida vale muito – e, por isso, itens de segurança comprovadamente eficazes não podem ser negociados como opcionais. Já estamos atrasados na implantação desta medida. E o governo não pode ter dúvida de que o seu adiamento por motivações eleitorais acabará resultando em prejuízo maior para a sua imagem, até mesmo porque o retrocesso tende a ser lembrado cada vez que ocorrer um acidente grave nas estradas do país.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

MP E GRUPO RBS SE ENGAJAM EM CAMPANHA PELA VIDA


ZERO HORA 10 de dezembro de 2013 | N° 17640


UNIÃO DE ESFORÇOS. Por menos acidentes e mais valorização da vida


Em parceria com o Ministério Público Estadual, veículos do Grupo RBS se engajam em campanha que tem como objetivo a prevenção de acidentes de todo tipo e a criação de uma cultura de responsabilidade.

Há como reduzir as epidemias de acidentes em geral, uma das maiores causas de mortes no planeta?

Fatos recentes mostram que é possível diminuir ocorrências como afogamentos, incêndios, tragédias no trânsito e outros tipos de acidentes fatais. Na última década, por exemplo, quase todos os 30 países que compõem a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, formada por nações que apresentam elevados níveis de desenvolvimento e renda) vivenciaram acentuada redução no número de mortes no trânsito. Nos Estados Unidos, a queda foi de 23%. Na Alemanha, de 47%. Na Espanha, de 64%. Na França, de 51%. E em Portugal, 53% – para ficar em alguns exemplos. A exceção foi o Brasil, que teve crescimento de 49% nesse tipo de mortalidade.

Como interromper essa verdadeira chacina? Aliás, como diminuir a incidência de qualquer tipo de acidente, não apenas os de trânsito?

Alternativas serão propostas a partir de hoje pelos veículos da RBS no Rio Grande do Sul, que se integram a uma grande mobilização para prevenir acidentes com o lançamento da campanha Uma Vida Vale Muito. Sobram motivos para a iniciativa. Os brasileiros avançam na contramão das modernas tendências de preservação da vida no planeta, especialmente nas estradas. A taxa de mortes em acidentes de trânsito em nosso país, que em 1980 era de 17 vítimas por 100 mil habitantes/ano, chegou a 22 vítimas por 100 mil habitantes/ano em 2011 (última estatística de alcance nacional). E vem crescendo há uma década.

A campanha da RBS, desenvolvida em conjunto com o Ministério Público Estadual, não foca apenas ações de prevenção no trânsito. O afogamento é a segunda causa de morte, entre os acidentes, de crianças e adolescentes até 14 anos no Brasil. Perde apenas para desastres com veículos. Um estudo embasado em números do Ministério da Saúde e divulgado em 2012 analisou 1.376 mortes por afogamento em todo o país. Dessas, 45% ocorreram em águas naturais (como rios, mares e lagos), 7% em piscinas e outras 6% foram em quedas nesses locais.

O Rio Grande do Sul figura em 21º lugar em afogamentos, entre as 27 unidades da federação. Registra taxa de 2,62 mortes por 100 mil habitantes/ano, enquanto o Amapá, líder no ranking, tem 14,28 mortes por 100 mil habitantes/ano. Entre meninos, talvez pela afoiteza característica, a taxa de afogamento é duas vezes maior que entre meninas.

Uma rápida visita ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre serve para mostrar que acidentes de trânsito são maioria, mas o perigo está em toda parte. De espirais de caderno a botões engolidos por crianças. De quedas de árvore a tropeções em objetos caseiros. Que o diga a professora aposentada Marísia Lopes Porto, 72 anos, moradora de Porto Alegre. Há nove anos ela fritava batatas para uma neta quando bateu no cabo da frigideira. O óleo quente saltou sobre as suas costas, ombro, mão, coxa e pé esquerdos. Uma dor indescritível, recorda. Foram dois meses de tratamento com escovações de pele em carne viva, primeiro contra as severas queimaduras, depois contra uma infecção.

– Ficou a lição, a gente diz uma coisa e faz outra. Todo cuidado é pouco – lamenta Marísia, hoje recobrada do acidente. 

Eduardo de Lima Veiga, Procurador-Geral de Justiça do Estado - "A maioria dos incidentes que chamamos de acidentes seria evitável se tomássemos cautelas mínimas. Eles envolvem uma pessoa que deixou de tomar um cuidado necessário. A segurança deve ser prioridade."


Meta é reduzir número de mortes

Com o lema Uma Vida Vale Muito, o Grupo RBS vai destacar o conteúdo jornalístico que prioriza temas como segurança e redução de mortes. A ação editorial integrada e coordenada entre os veículos do Grupo RBS tem como objetivo conscientizar o público sobre a responsabilidade coletiva de indivíduos e organizações na prevenção de tragédias, improvisos e irresponsabilidades, valorizando a vida.

Um dos direcionamentos da campanha será para motociclistas, as maiores vítimas do trânsito no país. Os ocupantes de motocicletas, que em 1998 representavam só 17,4% das internações hospitalares por acidentes, em 2012 totalizaram mais da metade das internações, 55,5%. O incremento em mortes de motoqueiros foi de 275% em uma década (2000 a 2011), o maior entre os 30 países mais desenvolvidos do planeta.

A campanha da RBS surge para tentar interromper esse tipo de escalada. E não só no trânsito.

– Nosso objetivo final é reduzir o número de mortes por tragédias em geral, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. É inconcebível, por exemplo, que alguém encha um barco com crianças e não haja salva-vidas. Neste casos, quando há um acidente, não se trata de fatalidade, mas de pura irresponsabilidade – define Marcelo Rech, diretor de Jornalismo do Grupo RBS.

O lançamento da campanha no Rio Grande do Sul será no salão nobre da sede da RBS, em Porto Alegre, às 14h30min, com a presença de autoridades. Em Santa Catarina, a campanha começou em novembro. É uma iniciativa conjunta com o Ministério Público Estadual nos dois Estados.

Marcelo rech, Diretor de Jornalismo do Grupo RBS - "A grande maioria das mortes poderia ser evitada se houvesse uma cultura de responsabilidade que colocasse a segurança como prioridade de fato."


“Moto é uma arma para quem não sabe usá-la”

Seis meses de cama. Quinze dias de hospital. Bacia quebrada em quatro partes. Clavícula, ombro e mão esquerda fraturados. Esse foi o saldo do maior tombo que o eletricista Evandro Damião Teixeira, 25 anos, levou na vida. Foi em setembro de 2011. Ele tinha comprado a moto Honda CG 150 havia uma semana. E não andava devagar.

– Desci a Avenida Oscar Pereira (em Porto Alegre) a uns 80 km/h, quando um Uno se atravessou na pista, perto da entrada do hospital Divina Providência. Não tive como desviar, bati na quina do para-brisa e voei uns 30 metros. Acordei no Hospital de Pronto Socorro (HPS) – descreve Evandro.

O motoqueiro acredita que desmaiou de dor. E voltou a desmaiar ao ser atendido, porque os enfermeiros que o ajudaram tiveram de fazer uma redução na fratura, mexendo com os ossos quebrados. Evandro diz que até hoje sente dor na bacia, passados mais de dois anos.

Sofreu tanto que desistiu da moto. Evandro vendeu o veículo quatro meses após sair do hospital e comprou um carro. De lição, leva a de não abusar da velocidade e buscar algo com mais proteção.

– Moto é uma arma para quem não sabe usá-la – define.



COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Parabéns ao MP e ao Grupo RBS pela iniciativa na preservação da essência do ser humano e de maior prioridade na supremacia do interesse público que é a VIDA DAS PESSOAS. Esta ideia poderia propagar-se além dos trânsito, defesa civil e domicílio, direcionando seus esforços e enganamento também para a saúde e segurança pública onde a vida das pessoas está sendo tratada com descaso, leniência, negligência, despreparo, descontrole, burocracia, corporativismo, inoperância, ineficiência e permissividade dos poderes e das leis brasileiras.

O VALOR DA VIDA

ZERO HORA 10 de dezembro de 2013 | N° 17640



EDITORIAIS


É possível imaginar, no Brasil, uma ampla e disseminada cultura da prevenção, capaz de substituir o característico jeitinho quando o que estão em jogo são vidas humanas? O Grupo RBS e o Ministério Público do Estado acham que sim e, por isso, estão lançando hoje um programa de prevenção de riscos e de acidentes, com o propósito de conscientizar a população gaúcha de que providências muitas vezes singelas têm potencial para poupar vidas. A exemplo do que vem ocorrendo há quase um mês em Santa Catarina, em conjunto com o Ministério Público do Estado vizinho, a campanha denominada Uma Vida Vale Muito tem enfoque predominantemente editorial. O ponto de partida é o de que pequenas e grandes tragédias nascem da falta de planejamento, da irresponsabilidade, do descumprimento de normas e procedimentos que parecem simples formalidades, mas que acabam se revelando imprescindíveis. O objetivo é o de fazer com que essas questões mereçam atenção no devido tempo, não depois de os danos terem ocorrido.

Quantas vezes os gaúchos em particular, assim como um número considerável de pessoas em todo o mundo, já se perguntaram o que poderia ter sido feito e por quem para se evitar uma catástrofe como a da boate Kiss, em Santa Maria? Ninguém duvida de que faltou bom senso e sobraram incúrias nesse caso. E isso tanto por parte de agentes públicos, que não cumpriram com suas atribuições, como de agentes privados, que apelaram para o caminho mais fácil, burlando normas e obrigações. Como entender então que, mesmo depois da perda de centenas de jovens e do sofrimento torturante disseminado entre pessoas de suas relações, a falta de cuidados mínimos, capazes de preservar o dom maior, que é a vida, continue a persistir como regra?

Uma mudança individual e coletiva, capaz de reduzir as margens para riscos à integridade dos seres humanos, é perfeitamente factível num plano imediato e a mais longo prazo. Depende acima de tudo de maior conscientização. Os pais precisam saber até que ponto crianças e mesmo adolescentes estão preparados para enfrentar determinadas situações, sem se expor em excesso. Adultos precisam também dar o exemplo e prestar o máximo de orientação sobre questões como o trânsito e suas armadilhas – particularmente no caso de quem é motociclista ou insiste em dirigir depois de beber –, sobre precauções indispensáveis ao entrar na água, sobre premissas básicas de edificações, de instalação de redes de energia elétrica, de segurança em espaços de grandes aglomerações e de tantas outras situações em relação às quais é preciso pensar sempre de forma preventiva. Autoridades, agentes públicos, lideranças de todas as áreas têm que cumprir suas atribuições como os cidadãos esperam e merecem.

Todos têm o dever de contribuir de alguma forma para a proteção e a preservação da vida. A missão compete a cada um e não pode ser negligenciada, nem transferida.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

GASTOS COM VÍTIMAS DE ACIDENTES SOBEM 45%


No ano passado, Ministério da Saúde desembolsou R$ 211 milhões com internações

JULIANA CASTRO E LETÍCIA LINS 
O GLOBO
Atualizado:1/12/13 - 16h06


Internado em Recife: Wilson Carvalho, de 16 anos, teve fraturas na bacia e na perna O Globo / Hans von Manteuffel


RIO e RECIFE — O Ministério da Saúde tem desembolsado mais recursos para atender pessoas feridas em acidentes de de trânsito. Aumentaram as internações e o custo por elas, de acordo com os dados da pasta. Em 2012, o custo por 159.251 internações chegou a R$ 211 milhões. Já em 2003, foram gastos R$ 144,8 milhões com 109.696 internações em consequência das colisões. Esse último valor já está corrigido pela inflação do período, para permitir a comparação.

Entre janeiro e agosto deste ano, 102.146 pessoas foram parar no hospital por conta de acidentes de trânsito, o que significa um crescimento de 78% em relação ao mesmo período de 2003. O Ministério da Saúde informou que lançou uma estratégia para melhorar o atendimento de vítimas de causas externas, que incluem os acidentes de trânsito. Este ano, a pasta criou a Linha de Cuidado do Trauma na Rede de Atenção às Urgências e Emergências do Sistema Único de Saúde (SUS) e definiu um incremento de 80% a mais para pagamento de serviços referentes a 148 procedimentos.

Diante do aumento de acidentes, a pasta estabeleceu regras para habilitação de centros especializados em trauma, com o objetivo de organizar a rede hospitalar, padronizar e agilizar o atendimento às vítimas de violências e acidentes em geral e, com isso, evitar óbitos, complicações e sequelas graves.

O médico João da Veiga preside o Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto em Pernambuco, instituído em 2011, quando o problema começou a se agravar no estado, onde a frota de motos evoluiu 337% entre 2003 e setembro deste ano. Segundo ele, hoje, o primeiro lugar de internação nos setores de trauma é o acidentado de moto.

— A julgar pelo Hospital da Restauração, em Recife, que acompanhei de perto por muito tempo, o impacto não só no Ministério da Saúde como na própria Previdência é grande. Normalmente, esses pacientes estão em idade laboral, passam em média 45 dias internados, necessitam de no mínimo duas cirurgias e ficam até seis meses sem trabalhar. Quando deixam o hospital, 11% se aposentam devido a amputações ou desfuncionalização dos membros — afirma Veiga.

Em Recife, os traumas causados por motocicletas eram a quarta causa de internação nas emergências da capital pernambucana até o final da década passada. Agora, já respondem pela ocupação de 90% dos leitos de alta complexidade nas áreas de traumatologia e neurocirurgia dos quatro maiores hospitais públicos da cidade.

Antes, a liderança pertencia às armas de fogo, atropelamentos e colisões. Os óbitos em transportes terrestres já somam 41,2% do total registrado em Pernambuco. Só este ano, já foram 591 mortes, sendo 23 de crianças.

Wilson da Silva Carvalho, de 16 anos, pilota desde menino motos no município sertanejo de Manari, a 372 quilômetros de Recife. No dia 3 de outubro, ele trafegava por uma rodovia federal, quando bateu em um caminhão, que fugiu sem prestar socorro. Wilson foi levado para o setor de traumas do Hospital da Restauração, a maior emergência da capital. Teve fraturas na bacia e na perna.

— De moto, não quero saber nunca mais na vida — disse o estudante, que ganhava dinheiro consertando motos.

Pernambuco criou regras para tentar diminuir número de colisões

Segundo levantamento feito pelo Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto em Pernambuco, em 22 hospitais públicos e unidades de pronto atendimento do estado — as chamadas unidades sentinelas — 25.176 pessoas foram atendidas como vítimas de acidentes com transportes terrestres entre janeiro e agosto deste ano. Destas, 72% viajavam em motos.

O problema é ainda maior entre aqueles que usam a moto para trabalhar diariamente. Isso levou o estado a impor algumas regras, como a obrigação do uso de placa vermelha nas motos usadas para o trabalho (caso, por exemplo, de entregadores) e a exigir o uso de equipamentos de proteção, como capacete, cotoveleiras, joelheiras, botas e coletes refletivos. Os efeitos já começaram a surtir, com queda de 46% na entrada de pacientes graves nos hospitais, segundo informações do presidente do comitê, João da Veiga.

Outra medida, segundo ele, que começa a dar resultados positivos é a aplicação da Lei Seca, com blitzes permanentes. O número de óbitos em consequência de acidentes de motos caiu de 815 (em 2011) para 757 em (2012). Caso a média de 2013 se mantenha, o número de mortes pode ainda ser menor do que 2012.

— A exigência das placas vermelhas nas motos de trabalho e a Lei Seca são o que mais influenciam na redução de óbitos. No ano passado, a Lei Seca abordou 282.215 veículos, dos quais mais de 90 mil eram motos. Fizemos campanhas educativas, mas não surtiram efeitos — afirmou Veiga.

Até 2020, ONU quer diminuir à metade número de acidentes

A Assembleia Geral das Nações Unidas, por meio da Resolução publicada no dia 2 de março de 2010, proclamou o período de 2011 a 2020 a Década de Ações para a Segurança Viária. A meta é reduzir em 50% os acidentes de trânsito em todo o mundo, que matam cerca de 1,3 milhão de pessoas por ano.

A Resolução recomendou aos 192 países-membros da ONU a elaboração de um plano diretor para guiar as ações nessa área durante os próximos dez anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) vai coordenar os esforços globais ao longo da década e monitorar os progressos em âmbitos nacional e internacional.

A medida foi criada em função dos índices alarmantes de mortes no trânsito em todo o mundo. O Brasil, por exemplo, está entre os cinco países onde mais ocorrem acidentes com mortes no trânsito.

— Entre os desafios está o de educar a população a fim de adquirir comportamentos mais seguros no trânsito. O acidente, além de causar um grande impacto no PIB, gera outro às famílias. É preciso também um controle efetivo da velocidade, por meio de equipamentos eletrônicos, além de desenvolver programas para melhorar o comportamento dos usuários no trânsito — afirmou Maria Cristina Hoffmann, coordenadora-geral de Qualificação do Fator Humano no Trânsito do Denatran.

De acordo com a ONU, as colisões ferem de 20 a 50 milhões de pessoas a cada ano e, em muitos países, os cuidados de emergência às vítimas são inadequados.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

FOTO A 170 KM/H

G1 FANTÁSTICO 01/12/2013 21h18

‘Nunca me preocupei em risco com ela’, diz pai de jovem de foto a 170 km/h. Fantástico teve acesso à última foto registrada num celular, dentro do carro. Ela mostra o velocímetro em 170 km/h, acima do permitido em qualquer estrada brasileira.



O Fantástico deste domingo descobre motoristas viciados no perigo! Isso, numa semana marcada por muitos acidentes:atropelamento, batidas graves, capotamento.

Na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em Itanhaém, no Litoral de São Paulo, o asfalto foi marcado por uma freada.

O que explica alguém perder o controle desse jeito? Sair bruscamente da pista da esquerda, cruzar a da direita, o acostamento, entrar por uma área gramada e simplesmente decolar, bater - voando mesmo- contra uma pilastra. Este caso ainda está sendo investigado, mas tudo aponta para alta velocidade.

Quem viu, de perto, não tem dúvidas. Miriam e Moisés estavam na porta do mercadinho, logo em frente.

“Velocidade alta. Vimos vindo e não sabia se o carro ia vir pra cá, se ia colidir lá na viga”, diz o comerciante Moises Ebert da Eira.

O filho deles, de sete anos, também viu tudo.

“Meu filho começou a gritar: - ‘mãe, eu não quero dirigir quando eu crescer, eu não quero dirigir”, conta a comerciante Mirian Costa Chaves.

O Fantástico teve acesso à última foto registrada num celular, dentro do carro. Ela mostra o velocímetro em 170 km/h, bem acima do permitido em qualquer estrada brasileira. Muito abaixo do que você vai ver a partir de agora.

Atingir 300 km/h, como no vídeo mostrado na reportagem, não é novidade entre turmas que se reúnem num shopping, na Rodovia dos Bandeirantes, entre São Paulo e Campinas. É um ponto de encontro de motoqueiros, principalmente nas manhãs de domingo.

A nosso pedido, um perito usa um radar portátil para medir a velocidade dos veículos que passam. O radar marca as velocidades de 162 km/h, 174 km/h, 182 km/h, 213 km/h.


Velocidade pura ou por competição. Os rachas são chamados de "Bandeirantes Moto GP", referência ao Moto Grand Prix, o campeonato mais importante do motociclismo mundial. Mas isso, no meio de uma rodovia movimentada, cheia de famílias, num dia de folga.

“A conduta imprudente dele traz risco a ele e ao próximo, que muitas vezes tá transitando e tomando as precauções”, disse o Tenente Aldemir Tomas Bravo da Polícia Militar. Rodoviária.

Num vídeo mostrado na reportagem, a correria é também sobre quatro rodas. O carro chega perto de 280 por hora. Costurando entre as faixas da rodovia. A passageira incentiva e elogia. O motorista zomba das motos que deixou pra trás. Mas, no final, cumprimentos. São todos parceiros.

Mas quem é Luciano? O carro do vídeo está no nome de um parente de Luciano Simões Neto, que é quem usa o veículo em competições amadoras. O Fantástico tentou falar com ele. Mas quando se identificou, a ligação foi interrompida.

Sumiram da internet vídeos como um em que Luciano lança um desafio. "Careca terrorista" é o apelido daquele motociclista do vídeo a 300 por hora, que encontramos neste fim de semana no interior de São Paulo. Sem mostrar o rosto, ele e um amigo, conhecido como "Abusadão 299", falaram sobre velocidade.

“Pra mim é a melhor coisa do mundo, cara. Não tem, a melhor sensação que existe. É uma coisa que te deixa com um êxtase muito bom. Não tem como explicar. A adrenalina é muito boa”, disse Abusadão.

“Você não vê a velocidade que tá, a hora que vê já está chegando a 330. Medo eu tenho, que é perigoso. Tem os carros na pista, tudo, com família. Mas não tem outro lugar pra andar. Eu ando na estrada devido ao custo de andar no circuito fechado”, disse Careca.

“Não pretendo parar. Eu não vou largar uma paixão minha, um hobby, meu lazer, pra ficar preso dentro de casa”, afirma Abusadão.

Para o advogado especialista em trânsito Maurício Januzi, os vídeos são provas de crimes.
“Que crime? Direção perigosa. Vai preso? Nunca!”.

Ele explica que a maioria dos casos não vai além de multas, apreensões de veículos e de carteiras. E mesmo se houver prisão, a pena máxima é de três anos, que acaba sendo cumprida em regime aberto. Mas o que seria o ideal?

“Pena mínima de quatro, pena máxima de oito. Por que? Porque se ele for condenado a quatro, ele vai começar a cumprir no semi aberto. Ele vai passar um tempo na cadeia pra refletir sobre essa conduta”, destaca o presidente da comissão de trânsito da OAB/SP, Maurício Januzi.

E a própria publicação das imagens também é crime.

“A partir do momento que eu posto isso nas rede sociais, eu to incentivando a prática de crimes, que é um outro crime: incitação ao crime, chama no código penal”, disse o advogado.

O que nos leva novamente ao caso de Itanhaém. Do carro daquela foto a 170 km/h, que nem chegou a ser enviada.

O mundo da alta velocidade, legal ou ilegal, costuma ser associado a carrões, motores possantes. Mas esses destroços são de um carro popular, modelo 1.0. O próprio sexo de quem estava no volante não deixa de ser surpreendente.

Giovana Dias de Souza Alves morreu uma semana antes de completar 20 anos, na segunda feira passada. Meses atrás, ela já tinha publicado na internet uma foto a cento e oitenta por hora.

“Ela tirou a foto, uma outra pessoa dirigindo. Mas ela não estava dirigindo”, disse a tia de Giovana, Silvana Dias.

A família, desolada, diz que Giovanna era uma jovem tranquila, prudente, estava no caminho entre o trabalho e a faculdade.
“A gente só se pergunta a todo dia, toda hora, cada minuto, pergunta, o que aconteceu, o que está acontecendo. A gente tá perdido, a gente tá procurando uma resposta”, conta a tia da menina.

Todos resistem à ideia de um comportamento irresponsável.

“Eu já andei muito com ela, a minha profissão é motorista, por aí vocês tiram uma ideia. Eu nunca me preocupei em risco com ela”, disse o pai da jovem, Manoel Messias Alves.

“Tudo bem que a velocidade complicou, complica tudo. Mas eu acho que é mais essa parte de celular, que hoje eles não esperam nada, tem que ser tudo na hora, tudo instantâneo. O que um está fazendo, o outro tem que saber”, disse o tio Vinícius Santos Lima.

“Que a vida dela, nosso sofrimento, não seja em vão, porque é um aviso”, destaca o pai.

domingo, 1 de dezembro de 2013

MULTA E GUINCHO

Lei desacreditada pela justiça
ZERO HORA 01 de dezembro de 2013 | N° 17631


EDITORIAL INTERATIVO


A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou em primeiro turno nesta semana um projeto que multiplica por três e até mesmo por cinco o valor de multas para motoristas que cometem infrações graves de trânsito, tais como promover ou participar de rachas, dirigir com carteira de habilitação vencida ou fazer manobras perigosas, entre as quais arrancadas bruscas e derrapagens. Além da multa pesada, os infratores serão punidos com a suspensão por 12 meses do direito de dirigir e ainda terão seus veículos apreendidos. A apreensão, prevista no Código Brasileiro de Trânsito mas pouco utilizada pelas autoridades, tem potencial dissuasório até mesmo superior às multas. Se o veículo está transformado em arma pela irresponsabilidade do condutor, nada mais apropriado do que desarmá-lo. Diferentemente da retenção, que é uma medida administrativa e prevê a liberação do veículo tão logo a irregularidade seja solucionada, a apreensão pode privar o proprietário da posse e uso do veículo por até 30 dias tempo suficiente para o infrator refletir sobre o seu comportamento.

A matéria em tramitação no Congresso ainda depende de votação colegiada no próprio Senado e de análise da Câmara, mas tem boas chances de passar, uma vez que os legisladores estão cada vez mais conscientes de que a violência do trânsito precisa ser combatida com mais eficácia. Mesmo com os engarrafamentos constantes nos grandes centros urbanos, o país continua registrando um número elevado de acidentes fatais, a maioria deles decorrente da má condução, do excesso de velocidade, das ultrapassagens indevidas, do uso de álcool e drogas por motoristas inconsequentes.

Os números da tragédia do trânsito brasileiro são expressivos, mas invariavelmente mascaram a dor das vítimas e de seus familiares. Dizer que morrem 50 mil pessoas a cada ano nas estradas produz um efeito. Quando se constata, porém, que uma menina de 11 anos foi atropelada, morta e abandonada à beira da estrada pelo atropelador, como aconteceu recentemente em Porto Alegre, o drama humano ganha outra dimensão. Crimes de trânsito têm que ser punidos com o máximo de rigor, até mesmo com cadeia em alguns casos.

O aumento do valor da multa não se encaixa neste critério. Entra mais como uma medida preventiva, como também deve ser a apreensão do veículo flagrado em infração grave, com potencial para provocar danos a terceiros e aos próprios condutores. O infrator que levar uma multa elevada, tiver o seu carro guinchado e ficar alguns dias sem poder usá-lo vai pensar muito antes de reincidir.

IMPUNIDADE NO TRÂNSITO

ZERO HORA 30/11/2013 | 15h12

Saiba o que acontece quando o motorista não presta socorro

Zero Hora vasculhou todos os 135 registros de homicídios no trânsito em Porto Alegre neste ano para verificar as situações em que os motoristas responsáveis pelas mortes fugiram do local. Foram 10 casos, sendo que na metade deles os motoristas ainda não foram identificados, o que impede a punição.

Letícia Costa




Em fevereiro, o artesão Rodrigo Garcia Carvalho, 48 anos, presenciou a primeira morte do ano em acidente de trânsito na Capital, com socorro negado pelo motorista. Depois deste atropelamento na Avenida Edgar Pires de Castro, zona sul de Porto Alegre, outros nove casos viriam a ocorrer até a sexta-feira, 29 de novembro. Só neste mês, dois deles revoltaram familiares das vítimas: uma adolescente de 15 anos e uma criança de 11 anos.

Dos 135 inquéritos abertos pela Polícia Civil sobre homicídios de trânsito em Porto Alegre neste ano, 10 têm um componente de frieza: a omissão de socorro. Em metade deles, o motorista não foi identificado e permanece impune. Em cinco deles, a polícia identificou o responsável, que responde a inquérito.

Usada como agravante no momento de indiciar o responsável pelo acidente, a omissão dificulta a investigação policial e gera danos à saúde e à integridade da vítima, pois o socorro não é realizado tão rapidamente quanto poderia. Para a família, fica a sensação de que, em alguns casos, a vítima poderia ter sobrevivido.

Carvalho, que parou em um comércio à beira da avenida para tomar um suco e viu todo acidente acontecer na via da Zona Sul, virou testemunha do primeiro caso do ano.
– Estava começando a chover, e o carro à frente da moto reduziu a velocidade. Acho que o motociclista foi desviar e bateu em um Gol, que não parou para prestar socorro. Só olhei o homem no chão, e a reação que tive foi de salvá-lo, porque vinham mais carros atrás. Fui a primeira pessoa a parar no meio da faixa e bloquear o trânsito – relembra o artesão.

EPTC armazena imagens durante apenas uma semana

Acompanhado do filho de 18 anos, Carvalho esperou a polícia chegar e contribuiu com as investigações, que ainda não desvendaram a identidade do motorista. O delegado Cristiano Reschke, titular da Delegacia de Homicídios de Trânsito, comenta que é necessária uma maior disponibilidade da população para relatar tudo o que viu em um acidente.

– Nos casos de fuga, são importantes a prova testemunhal e as imagens do local do acidente ou próximos dele. Algumas pessoas, apesar de presenciarem o acidente, temem se envolver no inquérito e não aguardam a polícia chegar ao local. Um detalhe, que para a pessoa pode não ser importante, muitas vezes elucida o caso – afirma.

Com equipe reduzida para investigar e dar andamento aos 135 inquéritos instaurados somente neste ano para apurar homicídios no trânsito, o delegado ressalta também a importância das câmeras de vigilância nas cidades. Ao flagrarem o acidente, elas viram prova concreta e irrefutável do crime. Em casos sem testemunhas, se tornam fundamentais.

– Temos encontrado dificuldade com a maioria das câmeras. Nos aparelhos privados, muitas não estão gravando. Nos públicos, apresentam problemas com a manutenção ou por manterem gravadas as imagens por um curto período de tempo – relata Reschke.

As 96 câmeras de monitoramento da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) armazenam as imagens por apenas uma semana. De acordo com a assessoria de imprensa, isso ocorre por uma questão de espaço no servidor. Apesar de terem o monitoramento do tráfego como objetivo principal, as imagens das câmeras da EPTC são disponibilizadas para os órgãos de segurança quando solicitadas.

Com relação aos problemas que alguns equipamentos podem apresentar, a empresa alega que a manutenção é diária e que sempre ficou com, no mínimo, mais de 90 câmeras operando normalmente.

Motoristas em liberdade

Mesmo com a identificação do motorista em metade dos casos que envolvem omissão de socorro e fuga do local, todos aguardam o indiciamento em liberdade. O delegado Cristiano Reschke explica que, nas situações em que o crime é considerado um homicídio culposo (sem intenção de matar), não cabe a prisão preventiva.
Já nos casos de homicídio doloso (quando o condutor quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo), pode haver a representação pela prisão do autor, que será decretada ou não pelo juiz.

A tipificação, que inicialmente é da Polícia Civil, pode mudar durante a investigação. Dos 10 casos na Capital que resultaram em 11 vítimas, apenas dois envolvendo omissão de socorro foram enquadrados como dolosos. A prisão foi solicitada, mas em nenhum deles o motorista está preso, em razão da não decretação da detenção pelo Judiciário.

Responsável por aceitar ou não os pedidos, o Judiciário adota um posicionamento em que a prisão dos motoristas só é decretada em último caso. Nos homicídios culposos, onde a pena é entre dois e quatro anos, o desembargador Nereu Giacomolli, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, explica que uma modificação na legislação, em 2008, só autoriza a prisão preventiva com crimes cuja pena máxima é superior a quatro anos.

Já nos casos onde se entende que houve o dolo eventual por parte dos condutores, como no acidente que matou Bruna Capaverde, 15 anos, no dia 16, e no atropelamento de Emily Caroline da Silva, 11 anos, no dia 22, a prisão só ocorre se a liberdade do motorista prejudicar, por exemplo, o andamento do processo e a ordem pública.

Giacomolli explica que também deve ser analisada a possibilidade de outras medidas cautelares serem aplicadas no lugar da detenção. Na quarta-feira, o pedido de prisão preventiva do motorista que atropelou Emily foi negado. Em compensação, ele teve suspenso o direito de dirigir e foi determinado o recolhimento domiciliar das 20h às 6h.

Em Porto alegre, 10 acidentes, 10 fugas, 10 mortos, 10 casos sem desfecho


3/2/2013, 15h15min
— Vítimas: André Francisco Jonata Reis de Oliveira, 19 anos e Andresa da Silva Barbosa, 18 anos’
— Local: Avenida Edgar Pires de Castro, bairro Lageado
— Como foi: prejudicado pela manobra de um carro, o motociclista André desviou o veículo para a pista contrária. Ele e a passageira Andresa foram atropelados por um Gol. André morreu no local. Andresa foi levada ao HPS, mas não resistiu.
Investigação: foi solicitado registro de pardal da EPTC para identificar o Gol, mas o órgão respondeu que não houve nenhum registro.
— Motorista identificado: não
— Inquérito: em andamento

10/6/2013, 11h34min
— Vítima: Vitor do Nascimento Crispim, 31 anos
— Local: Avenida Icaraí, bairro Cristal
— Como foi: um Palio Adventure atropelou Vitor e fugiu do local. O carro foi achado em cima de um guincho, na região.
— Investigação: as câmeras da EPTC não estavam operando, mas, com a descoberta do veículo sendo recolhido, foi possível identificar o condutor. Ele prestou depoimento e pode responder por homicídio culposo, com fuga do local e omissão de socorro.
— Motorista identificado: sim
— Inquérito: em andamento

14/7/2013, 18h30min
— Vítima: Albano da Silva Moura, 69 anos
— Local: Rua Duque de Caxias, bairro Centro
— Como foi: o porteiro Albano foi atropelado por uma idosa que o teria levado ao HPS e sumido. O porteiro morreu em 9 de setembro.
— Investigação: informada da morte dois meses depois do acidente, a polícia tentou imagens de câmeras de segurança da Assembleia e do Piratini. A AL disse que só guardava as imagens por 30 dias. A polícia tenta com o HPS obter informações da mulher que levou Albano para atendimento.
— Motorista identificado: não
— Inquérito: andamento

29/8/2013, 19h40min
— Vítima: Vilmar Melo da Silva, 55 anos
— Local: BR-290, km 99
— Como foi: Vilmar foi atropelado por um veículo não identificado.
Investigação: polícia pediu imagens da Concepa para tentar identificar o veículo que atropelou, mas a câmera estava virada para o lado contrário no momento do acidente.
— Motorista identificado: não
— Inquérito: em andamento

14/9/2013, 6h
— Vítima: João Laurentino de Oliveira da Rosa, 55 anos
— Local: Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, bairro Rubem Berta
— Como foi: o fiscal de lotação ia para o trabalho de bicicleta quando foi atropelado por uma caminhonete Courier, cujo motorista abandonou o carro e fugiu a pé.
Investigação: a partir dos dados da caminhonete, pertencente a uma mulher, o motorista foi identificado e testemunhas fizeram o reconhecimento. O atropelador depôs à polícia e pode responder por homicídio culposo.
— Motorista identificado: sim
— Inquérito: em andamento

5/10/2013, 0h30min
— Vítima: Jonathan Cristofoli Merlo, 21 anos
— Local: Avenida Padre Cacique, bairro Praia de Belas
— Como foi: o Vectra conduzido por Jonathan colidiu contra um poste e pegou fogo. Uma testemunha disse que um Mégane preto teria entrado na contramão na Padre Cacique, e Jonathan teria desviado, batendo no poste.
Investigação: as imagens do acidente não foram gravadas, pois a câmera da EPTC não estava funcionado. A polícia ainda tenta identificar o motorista do Mégane.
— Motorista identificado: não
— Inquérito: em andamento

6/10/2013, 18h53min
— Vítima: José Antônio de Sá, 54 anos
— Local: Rua Doutor Sebastião Leão, bairro Azenha
— Como foi: morador de rua, José foi atropelado por um veículo vermelho. No local havia uma pedra que teria sido jogada contra ele antes do atropelamento.
Investigação: as primeiras imagens de câmeras de vigilância da prefeitura vieram erradas. Depois, em uma nova solicitação, já havia passado o prazo de sete dias que a EPTC guarda as imagens. A polícia ainda aguarda o laudo para saber se José morreu devido à pedrada ou ao atropelamento.
— Motorista identificado: não
— Inquérito: em andamento

11/11/2013, 6h05min
— Vítima: mulher não identificada
— Local: BR-290, km 91
— Como foi: uma mulher teria sido atropelada por uma Fiorino e depois por um caminhão.
— Investigação: policiais descobriram que uma Fiorino com o para-brisa quebrado tinha envolvimento no acidente. O motorista alegou que não tinha visto no que tinha colidido. O caminhão não foi identificado, e a polícia aguarda os laudos para confirmar a identidade da mulher.
— Motorista identificado: sim
— Inquérito: em andamento

16/11/2013, 5h04min
— Vítima: Bruna Lopes Capaverde, 15 anos
— Local: esquina das avenidas Pernambuco e Brasil, São Geraldo
Como foi: a adolescente voltava de uma festa, de carona com amigas, em uma EcoSport conduzida pelo pai de uma delas, quando o carro colidiu com um Corsa e capotou. O motorista do Corsa fugiu.
— Investigação: o para-choque com a placa do Corsa ficou no local, e o condutor, identificado como Diego Alberto Joaquim da Silva, 29 anos, foi localizado por agentes da EPTC. Preso em flagrante, ficou 12 horas no Presídio Central e foi solto para responder em liberdade.
— Motorista identificado: sim
— Inquérito: em andamento. Silva será indiciado por homicídio doloso, com omissão de socorro e embriaguez ao volante.

22/11/2013, 21h45min
— Vítima: Emily Caroline da Silva, 11 anos
— Local: Avenida Oscar Pereira, bairro Cascata
— Como foi: Emily foi atropelada quando estava na companhia de uma irmã e de uma prima. O condutor do Sentra parou o veículo, recolheu a menina do asfalto e a colocou na calçada. Depois fugiu sem perceber que a placa do carro ficou no chão. Emily morreu no HPS.
— Investigação: a polícia identificou o motorista, Thiago Correa Cristovam, 24 anos. Solicitada pela polícia, a prisão preventiva foi negada pela Justiça. Ele depôs e assumiu o atropelamento.
— Motorista identificado: sim
— Inquérito: em andamento. O motorista deve ser indiciado por homicídio doloso com omissão de socorro.