segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

RÉVEILLON REGISTRA 91 MULTAS POR HORA


DE OLHO NAS ESTRADAS. Em 60 horas de fiscalização, Operação Viagem Segura autuou 5.491 motoristas nas rodovias estaduais e federais gaúchas - ZERO HORA 02/01/2012


As polícias rodoviárias federal e estadual aplicaram 91 multas por hora nas estradas gaúchas durante o Ano-Novo. Em 60 horas de fiscalização, do meio-dia de quinta-feira até as 24h de sábado, foram autuados 5.491 motoristas. O balanço final, que incluirá o domingo, será apresentado na tarde de hoje.

Em relação ao ano passado, houve redução nas autuações. No final de 2010, de quinta-feira até sábado, foram 126 multas por hora, tendo como maior causa o excesso de velocidade. Um dos motivos para a diminuição foi o tempo chuvoso, que inibiu os deslocamentos das pessoas e a própria fiscalização das polícias.

Neste Réveillon, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Comando Rodoviário da Brigada Militar e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) realizaram a Operação Viagem Segura. A contagem das ocorrências começou ao meio-dia de quinta-feira, quando milhares de famílias já viajaram para os balneários gaúchos e catarinenses para aproveitar o feriado bancário de sexta-feira.

Até as 24h de sábado, a PRF e o Comando Rodoviário fizeram 61.226 abordagens de veículos, que resultaram nas 5.491 autuações. Durante os procedimentos, 674 carros foram removidos para depósito, por não estarem em condições de trafegar, e 165 condutores tiveram as Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) recolhidas.

Na fiscalização, também foram aplicados 480 testes com bafômetro, que comprovaram 75 infrações por embriaguez e 43 crimes de trânsito (concentração acima de 0,33 mg de álcool por litro de ar expelido dos pulmões).

Os casos de embriaguez ao volante também ficaram abaixo do estimado. Policiais rodoviários federais autuaram 15 motoristas alcoolizados – número considerado baixo. O chefe da Comunicação da PRF, inspetor Alessandro Castro, avaliou que os condutores estiveram mais atentos nesta virada de ano.

– Pode-se dizer que as pessoas tomaram mais consciência – observou.

Coordenada pelo Comitê de Mobilização pelo Trânsito Seguro, a Operação Viagem Segura terá o detalhamento das infrações na tarde de hoje, na sede do Detran, em Porto Alegre.

DE OLHO NAS ESTRADAS. Falta do uso do cinto em primeiro lugar

Neste ano, o Comando Rodoviário constatou particularidades nas estradas estaduais. O excesso de velocidade, tradicionalmente a maior causa de multas, ficou em quarto lugar. A principal foi a falta do uso do cinto de segurança, seguida de ultrapassagens em locais proibidos.

As blitze da Operação Viagem Segura serão encerradas hoje ao meio-dia. Ontem, quem retornou do Litoral encarou lentidão, mas nada comparado a anos anteriores. O céu cinzento e a chuva ocasional anteciparam o início do movimento de retorno das praias, distribuindo o fluxo de veículos ao longo do primeiro dia de 2012.

– Há bastante movimento, mas em outros anos foi bem pior – avaliou Jair Pires, 36 anos, que, ontem, viajava de Nova Tramandaí a Gravataí com a mulher Cláudia Garcia, 38 anos, e os filhos Wesley, 14 anos, Tainá, 12 anos e Emily, sete anos.

Na freeway, no sentido Litoral-Porto Alegre, os trechos de lentidão foram registrados, principalmente entre os kms um e cinco. Até as 21h40min de ontem, 56 mil veículos haviam passado pela rodovia rumo a Porto Alegre – a estimativa da Concepa é de que, ao todo, 130 mil carros retornassem pela freeway entre ontem e hoje.

Às 14h, a concessionária registrou a taxa de 80 veículos por minuto no pedágio de Santo Antônio da Patrulha. O pico foi pouco depois das 15h, quando uma saída de pista reteve o fluxo, fazendo com que 87 carros passassem pelo pedágio a cada minuto. Perto das 21h, um acidente deixou o trânsito lento entre Glorinha e Gravataí. Já a rodovia Gravataí-Osório (ERS-030), alternativa para a freeway, registrou trânsito mais lento por volta das 19h.

A Rota do Sol também teve movimento intenso no retorno do feriado. No Estado, entre o meio-dia de sexta-feira e o início da noite de domingo, foram registradas pelo menos seis mortes no trânsito.

Acidentes

- Candiota – Ricardo Abrelino Falcão dos Santos, 43 anos, trafegava em uma bicicleta e morreu ao ser atropelado às 6h de ontem.
- Candelária – Renan Bortoluzzi Filho, 24 anos, morreu em acidente na rodovia Sobradinho-Candelária (ERS-400), ao meio-dia de sábado.
- Novo Hamburgo – Ademir José da Silva Junior, 45 anos, morreu após perder o controle da moto que pilotava, às 2h30min de sábado.
- Viamão – João Anildo dos Santos, 44 anos, morreu em um acidente na rodovia Viamão-Gravataí (ERS-118), às 23h30min de sábado.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Por que não divulgam os tipos de infrações cometidas e quantas destas tiveram advertência ao motoristas? E qual foi a eficácia destas multas na prevenção dos acidentes, já que o número de acidentes só vem aumentando a cada ano?

Infelizmente, instalou-se no Brasil uma indústria da multa e um total descaso para a educação dos motoristas e ações preventivas contra acidentes de trânsito. É muito mais fácil colocar pardais e radares para multar do que manter uma presença ostensiva de policiais nas estradas e fazer a abordagem ao motorista para educá-lo. A conscientização do motorista passa pela punição (temeridade da multa), educação (abordagem), prevenção (ação de presença policial), condições das estradas e sinalização perfeita. Entretanto, o que se vê nas rodovias são as reduzidas blitz, a ausência policial nos trechos, as multas sem abordagem, a falta de campanhas educativas voltadas ao motoristas, estradas em péssimas condições e sinalização com velocidade inadequada para a estrada, placas destruídas e mal colocadas.

É preciso colocar policiais rodando nos trechos com uma rotina de abordagem dos motoristas, comunicação dos perigos, advertência, conscientização em palestras rápidas, observação de ultrapassagens e velocidade indevidas e verificação das condições das estradas e da sinalização para denunciar à autoridade responsável pela via.

Além disto, a legislação deveria ser alterada para assegurar o fortalecimento das autoridades de trânsito, responsabilizar o Poder Executivo pela construção e manutenção das rodovias e tirar direitos que submetem o interesse público e a paz social, entre eles, aqueles que dificultam a aplicação da lei seca pela justiça.

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